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Cresce a oferta de aves e suínos para o Natal

As vendas de aves e suínos para o Natal e Ano Novo devem crescer em média 6% este ano.

Da Redação 26/09/2002 – Expectativa dos frigoríficos é de que a alta do dólar iniba as compras de produtos importados. As vendas de aves e suínos para o Natal e Ano Novo devem crescer em média 6% este ano. A expectativa das agroindústrias brasileiras é de que o consumo dos produtos nacionais aumente. Isso porque a alta do dólar deve inibir a expansão dos produtos importados. “As aquisições de produtos eletroeletrônicos, que ocorrem geralmente no fim de ano, foram antecipadas para julho, durante a copa do mundo”, diz Gilberto Xandó, gerente de marketing da Sadia.

O cenário mais otimista traçado pelas agroindústrias permitirá um aumento das vendas entre 2% e 6%, sobre o mesmo período do ano passado. Os principais produtos natalinos – peru, chester, aves, tender, pernil e lombo – devem chegar ao mercado em novembro.

A estimativa da Seara é de elevar em 6% as vendas da Linha Festa, composta por aves, tender, pernil e lombo. Serão aproximadamente 2,76 mil toneladas de produtos. “Já a comercialização de lombo assado, que apresentou boa performance no ano passado, deve crescer 150% este ano”, diz Paulo Tramontini, diretor de marketing da Seara. “A alta do dólar tem inibido as importações de produtos natalinos. A tendência é de aumento das vendas de itens nacionais.”

Ponto de venda

A estratégia da Seara é aumentar sua presença nos pontos de venda dos supermercados. A linha de produtos natalinos representa 1,5% dos negócios anuais da companhia. A empresa está lançando quatro novos itens: salame, tiras de frango, bacon em tablete e calabresa embalada.

Já a Pif Paf, que tem investido em lançamentos de produtos natalinos nos últimos três anos, vai incrementar em 15% a oferta deste ano. “Vamos distribuir 600 toneladas de aves de porte grande (tipo chester)”, diz Luís Carlos Mendes Costa, diretor da empresa. A Pif Paf começou a investir em produtos natalinos em 1999 e tem aumentado o volume aos poucos a cada ano. No Natal de 2001, foram comercializadas 520 toneladas de aves, alta de 24% sobre 2000. A intenção da Pif Paf é promover um considerável aumento a partir de 2003, com uma linha de cortes temperados de suínos. “Ampliamos o frigorífico de Patrocínio (MG) para elevar a produção dos cortes de suínos”, diz Costa.

Carro-chefe

A Perdigão, cujo carro-chefe é o chester, quer elevar as vendas da ave em 6%, para cerca de 5,8 milhões de unidades, sobre os 5,5 milhões comercializados no ano passado, diz Antonio Zambelli, diretor de marketing da empresa. A ave da marca chester chegou ao Brasil em 1979 e foi lançada no mercado três anos depois. Durante estes vinte anos, a Perdigão desenvolveu uma linhagem de ave brasileira e não depende da importação de material genético. O peso médio de abate da ave é de 4 quilos. Para atender a maior demanda deste ano, a Perdigão ampliou a unidade que mantém em Salto Veloso (SC), onde é produzida a linha de tender desossado. A companhia vai aumentar em 10% oferta de tender desossado este ano. A empresa também está ampliando a capacidade dos centros de distribuição, que mantém em diversas regiões do Brasil.

A agroindústria também tem promovido constantes aumentos no abate de peru. A meta para este ano é atingir cerca de 6 milhões de aves, um volume 87% superior ao de 2001. Em 2000, a Perdigão abateu 1,5 milhão de aves.

Zambelli diz que o varejo está em compasso de espera, o que impede no momento uma campanha mais agressiva no mercado.

A Perdigão também aposta nas vendas de verão. Está lançando uma linha de folhados e tortas, “que são produtos de conveniência”, segundo Zambelli. E investe na nova linha de pizza doce e nhoques para o início do ano.

O frigorífico Marfrio, que distribui aves e suínos, sem produção própria, estima que as vendas se mantenham nos mesmos patamares do ano passado.

Crescimento

A Sadia também deve incrementar os negócios. A agroindústria projeta um crescimento entre 2% e 4% sobre 2001. “Nossa percepção é de que este fim de ano será muito parecido com o do ano passado”, diz Xandó, gerente de marketing da companhia. Para ele, não será um ano com explosão de consumo, mas também não haverá retração. Em 2001, as vendas da Sadia cresceram 5% sobre 2000.

O peru, carro-chefe da empresa, tem 80% das vendas concentradas no final do ano. Outro produto que vem ganhando espaço no fim de ano é a ave fiesta (de porte grande). Além disso, dos tradicionais produtos, a empresa vai aumentar a distribuição de tender, lasanha (embalagem familiar) e sobremesas. “Nossa idéia é oferecer a ceia completa”, diz.

“A tendência é de que neste ano o consumidor invista numa ceia farta”, diz uma fonte da indústria.