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Cenário internacional pode afetar posição do BR no comércio de aves

Maior exportador avícola, país enfrenta desgaste de imagem ocasionado pela operação Carne Fraca e regras mais rígidas da Arábia Saudita no abate halal

Cenário internacional pode afetar posição do BR no comércio de aves

A previsão global para o mercado avícola, até agora, tem sido positiva para a maioria das regiões, com níveis e margens registrando preços razoáveis, bem como menos surtos de Influenza Aviaria (IA) em comparação com o ano passado. No entanto, os participantes do mercado estão focados no potencial para uma grande mudança no comércio global de aves em 2018; o maior em muitos anos.

“Nos próximos meses, o mercado mundial de aves deverá passar por tempos turbulentos”, diz Nan-Dirk Mulder, analista sênior da divisão de Proteína Animal do Rabobank. Segundo Mulder, o mercado tem tido restrições devido à Influenza Aviaria, a Operação Carne Fraca brasileira, bem como a proibição as exportações de carne para a União Europeia e o pendente atordoamento de produtos exportados para a Arábia Saudita. O analista também citou a investigação antidumping das autoridades chinesas no mercado nacional e renegociações do Nafta, que teriam potencial para abalar o comércio de aves na América do Norte ainda este ano.

Posição comercial do Brasil será afetada

Muitos desses fatores têm o potencial de sacudir os fluxos comerciais globais e afetar fortemente os preços em 2018, afetando a posição comercial do Brasil, segundo aponta relatório do Rabobank. A Arábia Saudita é o mercado de exportação número um do Brasil e há alternativas limitadas para exportações de aves inteiras. A UE é o principal mercado de exportação de carne de peito do Brasil e também existem alternativas limitadas, já que a maioria dos mercados de importação prefere carne vermelha. De acordo com o Rabobank, países como Ucrânia, Rússia e Polônia devem ganhar se o Brasil perder participação de mercado, mas não conseguirá substituir totalmente a posição brasileira nesses mercados.

Mercado avícola internacional sofrerá mudanças

As restrições comerciais da UE estão afetando os preços da carne de peito, o padrão saudita está mudando o mercado de aves inteiras, e a disputa entre China e Brasil e as renegociações do Nafta podem potencialmente impactar o mercado de carne vermelha. Conforme aponta o relatório do Rabobank, os produtores e exportadores locais que vendem na UE e na Arábia Saudita enfrentarão o aumento dos preços, enquanto os preços de carne de aves e peito nos mercados globais declinará significativamente.

O papel da gripe aviária

A pressão da Influenza Aviária ainda é significativa, mas o número de casos é menor do que no inverno de 2016/17 no hemisfério norte. “A China mostrou a recuperação mais notável, com uma das temporadas de inverno mais lucrativas em anos para a indústria, graças à vacinação contra IA, o que ajudou a reduzir significativamente o número de casos na China”, ressalta o relatório.

Indústrias regionais tem mercado positivo

A África do Sul (apesar da grande crise de listeria) e o México em particular ainda estão indo bem, mas países como a Indonésia, a Índia e o Japão também. “A UE também está se saindo relativamente bem e os preços da carne de peito vão subir devido às restrições do Brasil”, analisa o Rabobank. A Rússia e a Tailândia estão sofrendo de excesso de oferta após a expansão da indústria, e eles tentarão capturar parte do mercado perdido do Brasil no comércio global. As informações são da análise do Rabobank.