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Saúde Animal

Peste Suína pode atingir China, diz FAO

<p>Para diretor de veterinária da entidade, os focos de Peste Suína Africana na Rússia podem chegar a outros países, inclusive a China. Os chineses possuem o maior rebanho suinícola do mundo.</p>

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês) está em alerta após a confirmação da incidência da Peste Suína Africana (PSA) no noroeste da Rússia. Segundo a entidade, a China pode ser atingida e prejuízos seriam incalculáveis.

Na semana passada, no dia 20 de outubro, autoridades russas confirmaram que a doença avançou dois mil quilômetros ao sul da Rússia, até São Petersburgo. Peritos da FA,O que seguem o vírus na Geórgia e países vizinhos há vários anos, tinham medo que isso acontecesse.

Perigo- Apesar da PSA não ser transmitida aos seres humanos, ela pode se espalhar rapidamente por outras regiões, incluindo países da União Europeia, Europa Oriental, países da Bacia do Mar Negro. Para a FAO, a pior das hipóteses seria a chega da doença na Ásia central e principalemente na China, que tem a maior população de suínos do mundo.

“Apesar de saber que o vírus tem circulado na região do Cáucaso (Geórgia, Armênia e Azerbaijão) há vários anos, a doença acabou se espalhando pelo o sul da Rússia e, sua aparição repentina perto da costa do Báltico é alarmante”, afirmou o diretor de veterinária da FAO, Juan Lubroth. Segundo ele, o vírus está se espalhando, sendo transmitido para outros locais através do transporte de suínos infectados ou produtos feitos a partir de carne suína contaminada.

“As repúblicas bálticas, como a Ucrânia, Bielo-Rússia, Moldávia, Romênia e Bulgária estão diretamente ameaçadas”, disse Lubroth. “Isso significa que podem haver casos em toda UE, espalhando-se por toda Rússia, incluindo o leste da Sibéria e, eventualmente, atingindo a China”.

Embora a população muçulmana não consuma carne suína, Irã, Turquia e Ásia central podem ser um “ponto de trânsito” para o vírus. O número de javalis selvagens nessas áreas é muito grande. “Os sinais clínicos da PSA são semelhantes aos da Peste Suína Clássica (PSC)”, explica o veterinário. “Porém, as duas doenças podem ser diferenciadas em laboratórios de diagnóstico especializados”.

“Por causa desse foco, a FAO está assessorando os países na vigilância e implantação de um sistema para detecção precoce do vírus”, afirmou Lubroth. “No início desse ano, o serviço de Sistema de Prevenção da FAO ofereceu cursos de formação para autoridades veterinárias da Ucrânia e Bielorrússia”.

Contaminação – Acredita-se que a PSA tenha entrado no Cáucaso através do porto Poti, onde o lixo de um navio foi levado para um aterro local, onde suínos se alimentam. Restos de alimentos, incluindo pedaços de carne suína, também são apontados como causas do surto em suínos no passado .

O vírus, na África sub-saariana, também pode ser transmitido por uma espécie particular de carrapato que é parasita em javalis e outras espécies de porco selvagem. A propagação pode ocorrer pelo contato direto entre suínos, o que é um problema crescente. A PSA existiu há décadas na Península Ibérica, até ser eliminada em 1990.

Um foco muito limitado de infecção ainda está presente na ilha italiana de Sardinia. De 1960 até 1980, o surtos de PSA foram relatados em vários países europeus, no Caribe e no Brasil.

Sem vacinação – Atualmente, não existe nenhuma vacina contra PSA. A FAO pede esforços redobrados para que os laboratórios da Europa e da Rússia desenvolvam uma vacina eficaz contra a doença. Atualmente, o vírus costuma ser erradicado através do abate de animais infectados e controle rigoroso de transporte.

A melhoria da higiene na produção e nas práticas alimentares são úteis na prevenção da doença em granjas suinícolas e frigoríficos.

* Tradução Suinocultura Industrial.