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SC tenta erradicar vírus de Aujeszky

Defesa Sanitária do Estado abate 37 mil suínos que apresentavam sintomas da doença.

Redação SI 16/12/2002 – Santa Catarina já é considerada internacionalmente Zona Livre de Aftosa, título que garantiu vantagem e ampliação das exportações de carne. Pois agora um novo esforço está sendo realizado para eliminar outra doença que traz sérios prejuízos econômicos, a Aujeszky.

A doença afeta o sistema nervoso dos reprodutores e dos leitões, causando convulsões e até a morte.

No final de 2000 foi iniciado um programa para erradicar a doença do Estado, numa parceria entre Secretaria de Agricultura de Santa Catarina, Ministério da Agricultura, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Companhina Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e Sindicato das Indústrias de Carnes e Dervivados (Sindicarnes).

O programa iniciou com um trabalho de sorologia pelos profissionais de Cidasc em granjas que apresentavam animais com leitões natimortos ou com algum sintoma da doença. Um relatório da Cidasc de 30 de outubro de 2002 aponta que o programa atingiu 37.363 fêmeas com a sorologia da doença, em 246 propriedades.
Segundo o diretor de Vigilância e Defesa Sanitária da Secretaria da Agricultura do Estado, Adelino Renúncio, cerca de 90% deste plantel já foi retirado das propriedades e abatido, após vacinação.

Ele também informou que isso representa apenas 1,5% de todo o plantel de suínos do Estado. Após a retirada, a propriedade passa por um vazio sanitário de cerca de 60 dias, quando é feita uma desinfecção de iodo, uma de amônia e pintura com cal virgem. Depois disso é recomeçado o povoamento com animais sentinela. Se não se manifestar o vírus, pode ser reiniciada a produção.

O diretor de Vigilância e Defesa Sanitária acredita que o programa de erradicação da Aujeszky em Santa Catarina deve ser concluído até março de 2003. Claro que mesmo após o programa concluído podem ocorrer alguns focos isolados, mas a Cidasc deve efetuar um monitoramento para a erradicação seja imediata. Renúncio disse que não há risco da doença se alastrar, pois, ao contrário da aftosa, não é de fácil transmissão. O vírus da Aujezsky é transmitido no contato direto entre os suínos, principalmente pelas vias nasais.

SAIBA MAIS
O QUE É AUJESZKY
A doença surgiu no início do século na Europa e foi trazida para o Brasil através de reprodutores, tendo sido diagnosticada pela primeira vez em 1947. Os surtos maiores surgiram entre 1979 e 1982, nas regiões Sul e Sudeste. A doença afeta o sistema nervoso, respiratório e reprodutivo, principalmente em leitões, cachaços e fêmeas em lactação ou gestação. Entre os sintomas estão falta de apetitite, fetos mortos, baixo ganho de peso, anorexia, retardamento no crescimento, aborto, parto prematuro, paralisia dos membros posteriores, febre e leitões macerados, mumificados ou fracos. O vírus se espalha rapidamente pelo contato nasal entre os animais. O suíno é o único que sobrevive na idade adulta. A morte de cães e gatos na granja com sintomas nervosos e coceira pode ser indicativa de Aujeszky. A doença é de notificação obrigatória pelo produtor às autoridades sanitárias do Ministério da Agricultura. Os animkais devem ser abatidos e sua carne pode ser consumida.
Fonte: Suinocultura Dinâmica, periódico elaborado pela Embrapa