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ONU diz que sem medidas de emergência gripe aviária se espalhará

FAO, OMS e OIE emitiram nota alertando para necessidade de cuidados redobrados contra a doença.

Redação AI 06/01/2004 -06h30 – Especialistas de três agências internacionais ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) disseram nesta quinta-feira, dia 5, que a gripe aviária ameaça se espalhar para outras regiões do mundo se não forem tomadas medidas preventivas como campanhas de vacinação de aves. Até o momento, a doença já matou 16 pessoas na Ásia.

A FAO (órgão da ONU para agricultura e alimentação), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a OIE (entidade global voltada para a saúde animal) disseram num comunicado conjunto que os países asiáticos demoraram demais para disparar o alarme. As entidades pediram mais vigilância no futuro. “Sem a implementação dos métodos apropriados de controles de doenças, o risco de a epidemia se espalhar para novos países, inclusive para regiões distantes, deve continuar alto”, diz a nota

No Vietnã, uma adolescente se tornou a 16 vítima fatal do surto da gripe aviária. Cerca de dez países já relataram casos da enfermidade. Houve 11 mortes no Vietnã e 5 na Tailândia. Especialistas dizem que as vítimas contraíram o vírus de frangos doentes e que a doença não está sendo transmitida entre humanos. Entretanto, há temores de que o vírus das aves se combine com o vírus do resfriado humano, criando uma cepa mais letal e contagiosa.

Após dois dias de reunião, os especialistas da FAO, OMS e OIE disseram que a gripe aviária continuará sendo uma ameaça às pessoas enquanto as criações asiáticas de aves estiverem infectadas, mas afirmaram também que estão otimistas quanto ao fim da epidemia.

“Estamos confiantes que, com uma ampla colaboração internacional e regional em apoio aos esforços nacionais e usando todas as ferramentas de intervenção disponíveis, a crise pode ser superada e o risco à saúde humana será minimizado”, disse Joseph Domenech, chefe do Serviço de Saúde Animal da FAO.

A nota das entidades afirma que o abate de animais continua sendo a ação recomendada quando a doença for detectada, mas ressalta que programas de vacinação podem reduzir a destruição das criações. Cerca de 50 milhões de aves já foram abatidas na Ásia, e a reposição desses animais vai custar cerca de US$ 150 milhões, segundo Louise Fresco, diretora-geral-assistente da FAO. Vacinas estão sendo produzidas, ao custo de cinco centavos de dólar por dose.

“Podemos usar a vacina para criar zonas-tampão em torno de províncias infectadas, entre países ou entre grandes fazendas”, explicou Fresco, acrescentando que a vacinação será decidida caso a caso.

O documento criticou ainda a “falta de notificações em tempo adequado” a respeito da doença.

“Todos os países poderiam nos ter notificado mais rapidamente. Esta é uma mensagem coletiva para todos os países para melhorarem a vigilância”, disse Bernard Vallat, diretor-geral da OIE.

Como parte da lista de recomendações, as três agências propuseram a criação de centro de coordenação em cada país atingido, programas de educação pública e apoio urgente de doadores internacionais.