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Stephanes diz que Brasil pode dobrar produção de etanol em 10 anos

<p>O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, recebeu hoje (17/04), em audiência, os co-presidentes da Comissão Interamericana para Produção de Etanol, o ex-governador da Flórida Jeb Bush - irmão mais novo do presidente dos EUA, George W. Bush e o ex-ministro Roberto Rodrigues.</p>

Redação (17/04/07) – No encontro, eles expuseram os objetivos da comissão: difundir o uso do etanol, criar condições para produção do biocombustível, principalmente na América Latina, e incentivar a formação de um mercado internacional para o produto, com sua transformação em commodity. Ao manifestar o apoio do Governo Federal à iniciativa do grupo, Stephanes disse que o Brasil continuará trabalhando para dar segurança de produção e abastecimento de etanol aos mercados interno e externo.

De acordo com o ministro, o Brasil pode dobrar a produção atual de etanol, de 17,5 bilhões de litros, em pouco mais de 10 anos, para atender o incremento da demanda global. “Hoje, temos em torno de seis milhões de hectares plantados com cana-de-açúcar e cerca de 150 milhões de hectares disponíveis para a agricultura. Se formos capazes e inteligentes o suficiente, podemos aumentar em 10% ao ano a área cultivada de forma sustentável, duplicando a produção de álcool combustível”, calcula Stephanes. “Isso tudo sem provocar qualquer dano ambiental.” Lembrou ainda que o País tem 350 usinas operando, 50 em implantação e outras 57 em projetos de consulta.

O mercado brasileiro também pode ser beneficiar com a transferência de tecnologia para o crescimento da produção e do consumo de etanol, destacou Stephanes. Segundo ele, o País tem condições de aumentar as exportações de tecnologia e equipamentos para a implantação de destilarias em outros países da América do Sul e da África.  Maior produtor e exportador mundial de álcool combustível, o Brasil domina a implantação de sistemas de moagem de cana e de fabricação do produto. “Temos uma capacidade muito boa de expansão no setor”, comentou, referindo-se à disponibilidade de área e ao estágio avançado de domínio tecnológico.

O ministro ressaltou ainda que a comissão – uma iniciativa do setor privado com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – pretende disponibilizar recursos para apoiar a expansão da produção de etanol a partir de cana-de-açúcar tanto na América Latina quanto na África. “Isso é importante para criarmos um mercado internacional. Não é interessante que o Brasil e os Estados Unidos, cuja matriz do álcool combustível é o milho, detenham 80% desse mercado.” Dessa forma, assinalou, haverá maior segurança no abastecimento do produto e, ao mesmo tempo, uma forte contribuição para o desenvolvimento socioeconômico desses países.

Stephanes observou ainda que a redução da tarifa cobrada pelos EUA à importação de etanol – hoje de US$ 0,14 por litro de álcool brasileiro vendido ao mercado norte-americano, mais 2,5% sobre o preço de importação – não ocorrerá a curto prazo. “Nos próximos dois anos, não há chances de discutirmos esse assunto.” Revelou também que o ex-ministro Roberto Rodrigues apresentou a idéia de que parte dos recursos arrecadados com a tarifa seja destinada a um fundo para investimento em pesquisa. “Por enquanto, isso é apenas uma idéia.” Mas o Brasil, reconheceu, poderá contribuir muito nessa área, porque detém o maior centro de pesquisa de agricultura tropical do mundo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Além de Stepahnes, Jeb Bush e Roberto Rodrigues, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o ministro interino de Minas e Energia, Nélson Hubner, e o embaixador do EUA no Brasil, Clifford M. Sobel, participaram da audiência. Também estiveram na reunião o presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, e os secretários Linneu da Costa Lima (Produção e Agroenergia) e Célio Porto (Relações Internacionais do Agronegócio). Durante o encontro, Sobel convidou o ministro da Agricultura para visitar áreas de produção de etanol nos EUA.