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Criadores temem não cobrir os prejuízos

Além da crise do setor, a doença de Aujeszky está provocando sérios prejuízos aos suinocultores, que temem não cobrir as perdas com o valor das indenizações.

Redação SI 16/12/2002 – Além da crise do setor, a doença de Aujeszky está provocando sérios prejuízos aos suinocultores, que temem não cobrir as perdas com o valor das indenizações. Tanto no Oeste quanto no Sul do Estado é possível ver propriedades com as pocilgas vazias.

Municípios como Xanxerê, Xaxim, Faxinal dos Guedes, Xavantina e Seara estão com propriedades despovoadas. Cláudio Rovani, da comunidade de Lajeado dos Pintos, em Concórdia, está com três chiqueiros vazios desde setembro. Os primeiros sintomas da Aujeszki iniciaram em maio e em 15 dias morreram 400 leitões. Ele teve que se desfazer de seu plantel de 125 matrizes, que produziam 220 leitões por mês.

Rovani disse que está recebendo cerca de R$ 1,5 a R$ 1,6 mil por mês, mas considera que terá um prejuízo superior a R$ 30 mil. Isso porque ele gastou R$ 8,5 mil em vacinas, vendeu fêmeas com 250 quilos e receberá animais com 100 quilos, além de levar dois anos para voltar a produzir a mesma quantidade que tinha em maio.

Em janeiro ele deve começar a repovoar as instalações, mas somente em junho deve estar com um plantel de 90 fêmeas, 35 a menos do que tinha no início do foco.

Rovani está investindo R$ 10 mil para cercar as instalações e evitar que pessoas estranhas ou animais possam trazer o vírus para dentro da propriedade. Ele afirmou que somente na sua comunidade existem sete propriedades com focos de Aujeszky.

Orides Resmine, também de Concórdia, ainda está fazendo o despovoamento de sua propriedade. A doença surgiu há 40 dias e mais de 200 animais já morreram. A doença surgiu quatro meses depois de aparecer em uma propriedade vizinha, a cerca de 100 metros. Resmine disse que os animais começam a ficar raquíticos, com tremedeiras e, depois de 18 horas, morrem. Ele tinha 230 matrizes que produziam 400 animais por mês. Agora, está só com 180.

Resmine terá que eliminar todos os animais no início de 2003. Para isso deve receber cerca de R$ 3,2 mil por mês, durante 13 meses. Mas Resmine disse que não sabe se vai voltar a produzir depois deste tempo. Ele terá que se desfazer do plantel avaliado em R$ 80 mil.

Animais de grande potencial genético, que valem cerca de R$ 300, devem ser vendidos por R$ 230 para o abate. O suinocultor disse que terá uma perda de R$ 70 por animal. Resmini disse que vai avaliar como se comporta o mercado do suíno. Se a crise persistir, não vai mais voltar. “Essa doença no meio da crise me quebrou” desabafou Resmini.