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CPI começa a investigar as carnes

Assembléia Legislativa ouviu representantes das cadeias gaúchas da suinocultura e da bovinocultura.

Redação SI 05/08/2003 – Produtores e representantes de cooperativas e entidades ligadas à bovinocultura e suinocultura lotaram a primeira sessão da CPI das Carnes, ontem, na Assembléia Legislativa. A comissão investiga a formação do preço e os motivos que têm provocado perda de competitividade e empobrecimento de pecuaristas e criadores de suínos no Rio Grande do Sul.

De acordo com o presidente da Acsurs, Gilberto da Silva, dos 100% de margem de lucro da cadeia produtiva, 57% ficariam com o varejo. A diferença entre o preço do quilo ao produtor e o cobrado do consumidor ultrapassaria 450%. Silva reafirmou que o prejuízo por animal chega a R$ 50,00 e reclamou da deficiência da vigilância sanitária. Hoje, os suinocultores recebem entre R$ 1,00 e R$ 1,20 pelo quilo, contra um custo de R$ 1,58.

A distribuição desequilibrada da margem de lucro é problema também na pecuária, afirmaram os presidentes da Farsul, Carlos Sperotto, e da Comissão de Pecuária de Corte da federação, Fernando Adauto. Eles denunciaram a ação de uma ”máfia” de atravessadores e reclamaram das manobras tributárias que colocariam o RS em desvantagem frente ao Centro-Oeste. A Farsul apresentou documento apontando 7 mil ocorrências de roubo de gado no RS. A estimativa é que 60% do volume de animais abatidos seja irregular.

O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia e da própria CPI, deputado Jerônimo Goergen (PP), ficou impressionado com o fato de não haver levantamento oficial sobre o número do rebanho bovino gaúcho, estimado em 14 milhões de cabeças, o que ”impossibilita o controle de abigeato e abate clandestino”. Na próxima segunda-feira serão ouvidos representantes da indústria. Ontem, também prestaram depoimento o presidente da Comissão de Suínos da Farsul, João Picoli e o diretor da Fetag Elton Weber.