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Ano `trágico`

Presidente da Acsurs fala sobre o desempenho da suinocultura gaúcha em 2002.

Redação SI 05/12/2002 – Em entrevista ao site Suinocultura Industrial, o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Gilberto Moacir da Silva, falou sobre o desempenho e os números da suinocultura gaúcha em 2002, a crise enfrentada pelo setor nos últimos 12 meses, as perspectivas e planos da Acsurs para o ano de 2003, entre outros assuntos. Confira os principais trechos:

Ano trágico

“A partir de março, o suinocultor começou a trabalhar no vermelho, com a queda do preço do suíno vivo e a constante elevação dos preços dos insumos, em especial, milho e farelo de soja.

A suinocultura vivenciou, em 2002, uma das suas piores crises, pois o preço médio anual do quilo do suíno vivo, sistema integração, está em R$ 1,19 e o independente em R$ 1,25, o custo médio anual do milho em R$ 16,70, o preço do farelo de soja em R$ 0,52 e o custo médio de produção para 20 leitões terminados matriz/ano, conforme a Embrapa Suínos e Aves, em R$ 1,350 e o custo de produção do leitão está em R$ 1,890 pelo que se conclui que o ano, sob o ponto de vista econômico, foi trágico para a suinocultura.

Números da suinocultura gaúcha

“Até outubro do ano 2002 o abate de suínos sob inspeção federal registrou 3.985.385 animais, comprado com o mesmo período de 2001 revela um crescimento de 20,06% que representa um acréscimo no abate de 665.934 suínos.

A emissão do registro genealógico das raças suínas, até outubro de 2002 foi de 13.185, verificando-se uma queda de 31,77% comparado com o mesmo período de 2001, quando foram registrados 19.323. A Central de Inseminação Artificial de Suínos (CIAS), que iniciou as suas atividades há 26 anos atrás, comercializou, até outubro de 2002, 41.251 doses de sêmen, comparado com 2001, verificamos um acréscimo de 29,16%, representando 9.314 doses de sêmen a mais.

A direção da Acsurs participou de reuniões técnicas, políticas, tratando de vários assuntos de interesse da suinocultura, em especial, na busca de alternativas que pudessem amenizar as dificuldades vividas pelo produtor de suínos”.

Perspectivas 2003

“A nossa visão para 2003, está baseada na crise que estamos passando que deverá provocar a diminuição da produção e assim encaminhar o equilíbrio entre a oferta e a procura no mercado. O retorno da condição de Livre de Febre Aftosa com Vacinação é um indicativo para aumentar as exportações. Para o Estado do RS, além de abrir comércio para suínos terminados, para outros estados do mesmo nível sanitário, também abre a possibilidade de venda de reprodutores para Santa Catarina, considerado um mercado importante para os gaúchos. Tendo em vista os pressupostos acima indicados, acreditamos que 2003 será, sob o ponto de vista econômico, muito melhor do que foi 2002”.

Custos de Produção

“Devemos considerar que o custo de produção vai depender da produção de milho e o seu preço na safra 2002/2003. Acreditamos que a próxima safra possa atender a demanda no RS. No entanto, o mercado sinaliza também para exportação do cereal, pelo que deveremos ficar atentos para efetuarmos a compra do mesmo no momento mais adequado. É fundamental salientar que, neste momento, precisamos ter disponibilidade de financiamento para custeio no sentido de viabilizar a compra do cereal por parte do produtor de suínos.

O Governo Federal, através da Conab, deve refazer os seus estoques, no sentido de intervir no mercado para a estabilização do preço do milho em patamar compatível com o custo de produção”

Plano Operativo da Acsurs para 2003

01 – Defender os interesses sócio-econômicos dos suinocultores.

02 – Aumentar o quadro social da entidade.

03 – Viabilizar instalação, em todas as granjas, do Programa Suigen, integrando assim o sistema para fins de impressão dos Certificados de Registro Genealógico.

04 – Participar na organização e realização de feiras e exposições.

05 – Coordenar o trabalho de seleção das granjas.

06 – Em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA) e Sindicato da Indústria de Produtos Suínos (SIPS):
a) Dar continuidade ao Programa Sanitário, em especial, no Controle e Erradicação da Peste Suína Clássica (PSC) e Febre Aftosa.
b) Participar do Fundo de Controle e Erradicação das mesmas.
c) Acompanhar os trabalhos de Certificação das Granjas.

07 – Participar do Comitê Estadual de Sanidade Suinícola.

08 – Integrar a Câmara Setorial do Milho.

09 – Fazer parte da Câmara Setorial de Suínos.

10 – Tomar parte do Conselho Administrativo e de Sanidade do Fundo Estadual de Sanidade Animal FESA.

11 – Atuar como membro integrante da Comissão Permanente de Exposições e Feiras do Estado do RS.

12 – Promover a 30 Edição do Dia do Porco.

13 – Realizar Testes de Granja.

14 – Emitir Registros Genealógicos.

15 – Criar e manter ativos os Núcleos e ou Associações Municipais e Regionais de Criadores de Suínos.

16 – Estimular o uso da inseminação artificial. Treinar técnicos e criadores.

17 – Aumentar o número de convênios de implantação de programa de inseminação artificial entre a ACSURS, Prefeituras, Cooperativas, Sindicatos, Condomínios, Agroindústrias Integradoras e outras.

18 – Promover maior intercâmbio comercial com países do Mercosul.

19 – Publicar periodicamente o ACSURS EM FOCO.

20 – Editar semanalmente o ACSURS INFORMA.

21 – Manter e aperfeiçoar o Site da ACSURS na Internet.

22 – Coordenar o Programa de Marketing da Carne Suína.

23 – Participar das atividades da ABCS.

24 – Elaborar o Calendário Anual de Eventos ligados a Suinocultura no RS.

25 – Administrar junto com o SIPS o Fundo da Peste Suína Clássica.

26 – Acompanhar a Implantação do Sistema Nacional de Identificação de Suínos.

27 – Lutar pela disponibilização de recursos financeiros para custeio suinícola a custos compatíveis com a atividade.

28 – Defender o cumprimento da legislação do Pró-produtividade.