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Plano Agrícola e Pecuário

Plano Safra frustra produtores, avalia SNA

Para presidente da SNA, reduzir a disponibilidade de recursos e aumentar a taxa real de juros é uma economia burra

Plano Safra frustra produtores, avalia SNA

“O governo precisa estimular os produtores. O agronegócio já demonstrou sua capacidade de resposta e os benefícios que proporciona a toda a cadeia produtiva, antes e depois da porteira”, Antonio Alvarenga O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/18, mais conhecido como Plano Safra, anunciado na quarta-feira, 7 de junho, não corresponde à expressiva contribuição do agronegócio para o equilíbrio da economia brasileira. A avaliação é do presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga.

“Na atual safra, tivemos um crescimento de 3,7% na área plantada e um aumento de produção de 26% em relação ao ano anterior. Agora, com juros reais mais elevados e reduzida disponibilidade de recursos, teremos dificuldades em manter bons índices de crescimento da área plantada e da produção de grãos na safra 2017/18”, alerta.

Na opinião de Alvarenga, “reduzir a disponibilidade de recursos e aumentar a taxa real de juros é uma economia burra”. “O governo precisa estimular os produtores. O agronegócio já demonstrou sua capacidade de resposta e os benefícios que proporciona a toda a cadeia produtiva, antes e depois da porteira.”

O governo anunciou recursos de R$ 190,25 bilhões para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/18, valor ligeiramente superior aos 183,8 bilhões liberados na temporada anterior. Nesse total, estão incluídos R$ 550 milhões para subsídios ao Programa do Seguro Rural (que só deve ser ratificado no orçamento do próximo ano), assim como R$ 1,4 bilhão extra para a comercialização.

O Executivo federal também reduziu os juros das operações entre 1% e 2%. A taxa para custeio de pequenos e médios produtores ficou em 7,5% ao ano, ante 8,5% no último Plano Safra, enquanto para os demais, caiu de 9,5% para 8,5% ao ano. Os recursos estarão disponíveis aos médios e grandes produtores entre primeiro de julho deste ano e 30 de junho de 2018.

Para custeio e comercialização, o novo Plano prevê R$ 188,3 bilhões, sendo R$ 149,2 bilhões com taxas de juros controlados pelo governo e R$ 39 bilhões com juros livres, a serem negociados entre a instituição financeira e o produtor. Os recursos para investimento passaram de R$ 34,05 bilhões para R$ 38,15 bilhões, um aumento de 12%.

O Plano estabelece limite de financiamento de custeio de R$ 3 milhões por produtor, por ano aagrícola. Para o médio produtor, o limite é de R$ 1,5 milhão. Os juros caíram de 8% para 7,5%, com prazo de pagamento de 14 meses para produtores de grãos.

Taxa de juros

Quanto aos juros, houve redução foi de 1% ao ano nas linhas de custeio e de 2% ao ano nas linhas de investimentos. Durante coletiva de imprensa, ao ser questionado sobre a taxa de juros, o ministro disse que o Mapa sempre defendeu um corte de 2% nos juros, mas só conseguiu em dois programas.

“Não vou ficar ‘batendo boca’ com o governo, mas gostaria de ter juros mais baratos”, comentou Maggi, durante anúncio do Plano Safra.

Ele ainda afirmou que, como representante do Ministério da Agricultura, quer juros sempre mais baixos, crédito farto e prazos de pagamento mais longos: “Pode ser que o plano de safra não seja o dos sonhos dos agricultores, mas foi o possível”.

Maggi admitiu que o volume de recursos liberados não é suficiente para o setor: “Dá, no máximo, para atender a 50% da demanda”. Ele ainda acrescentou que o restante é financiado pelas tradings que atuam no segmento, com recursos próprios e de outras fontes disponíveis no mercado.

Na opinião de Helio Sirimarco, vice-presidente da SNA, a discussão sobre os juros foi a mais difícil, já que tanto os produtores quanto o próprio Mapa defendiam uma redução maior de, no mínimo, 2%.