O equipamento parece um balão. É feito com lona de PVC. As bactérias agem nos dejetos provocando uma reação química que produz o biogás. O usado na granja chega a produz o equivalente a 70 bujões de gás de cozinha por dia. Depois de ficar fermentando e produzindo gás por 40 dias, os dejetos passam para outro tanque. É o tratamento que elimina até 99% da carga poluente. Todo o processo demora 120 dias. “Esse líquido não pode, em hipótese nenhuma, ser encaminhado ao rio. Ele tem de ser utilizado na irrigação para o crescimento de plantas, como culturas anuais, reflorestamento, nas pastagens e em que o produtor tiver disponível para utilizá-lo na propriedade” disse o zootecnista Marcus Cazarre. Para esse sistema completo a agroindústria responsável pela granja investiu R$ 100 mil e usa a chamada ferti-irrigação no reflorestamento. Além de produzir o biogás com mais eficiência, a retomada na construção de biodigestores com nova tecnologia está atendendo a legislação ambiental dando destino adequado aos dejetos de suínos e produzindo energia elétrica nas propriedades rurais. O pioneiro em Santa Catarina é o agricultor Airton Giombelli, que tem uma criação de suínos com 24 matrizes. Ele construiu biodigestor aproveitando a velha esterqueira que está produzindo, em média, o equivalente a dois bujões de gás por dia. O biogás abastece diretamente o motor de carro que produz energia elétrica suficiente para atender às necessidades da propriedade. O agricultor investiu R$ 13 mil no sistema. Ele conseguiu financiamento do Pronaf para pagar em quatro anos. Na conta de luz do último mês ele pagou R$ 321,99. Com o motor funcionando, o contador pára de girar e zera a conta. “Eu pretendo ter o retorno do investimento em três anos, na economia de energia elétrica. Com isso, farei um melhoramento de equipamentos na propriedade para ter um melhor retorno” disse Giombelli.
O crédito do Pronaf para esse tipo de investimento pode ser feito com prazo de pagamento de até oito anos. A taxa de juros, para o pequeno produtor, é de 4% ao ano. Se ele pagar a dívida em dia, tem um desconto extra: o juro cai para 3% ao ano.