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Cresce o uso do biogás em Santa Catarina

Tanto as grandes como as pequenas propriedades estão empregando essa tecnologia para gerar energia e diminuir a poluição provocada pelos dejetos das granjas.

Redação SI 26/05/2003 – Uma granja no município de Xanxerê, no oeste de Santa Catarina, tem 720 matrizes. Elas produzem por dia 70 mil litros de dejetos. Mas isso não é problema. Foi construído um biodigestor gigante com estação de tratamento. É a nova geração de biodigestores que está mudando o cenário das propriedades.

O equipamento parece um balão. É feito com lona de PVC. As bactérias agem nos dejetos provocando uma reação química que produz o biogás. O usado na granja chega a produz o equivalente a 70 bujões de gás de cozinha por dia.

Depois de ficar fermentando e produzindo gás por 40 dias, os dejetos passam para outro tanque. É o tratamento que elimina até 99% da carga poluente. Todo o processo demora 120 dias.

“Esse líquido não pode, em hipótese nenhuma, ser encaminhado ao rio. Ele tem de ser utilizado na irrigação para o crescimento de plantas, como culturas anuais, reflorestamento, nas pastagens e em que o produtor tiver disponível para utilizá-lo na propriedade” disse o zootecnista Marcus Cazarre. Para esse sistema completo a agroindústria responsável pela granja investiu R$ 100 mil e usa a chamada ferti-irrigação no reflorestamento.

Além de produzir o biogás com mais eficiência, a retomada na construção de biodigestores com nova tecnologia está atendendo a legislação ambiental dando destino adequado aos dejetos de suínos e produzindo energia elétrica nas propriedades rurais.

O pioneiro em Santa Catarina é o agricultor Airton Giombelli, que tem uma criação de suínos com 24 matrizes. Ele construiu biodigestor aproveitando a velha esterqueira que está produzindo, em média, o equivalente a dois bujões de gás por dia. O biogás abastece diretamente o motor de carro que produz energia elétrica suficiente para atender às necessidades da propriedade. O agricultor investiu R$ 13 mil no sistema. Ele conseguiu financiamento do Pronaf para pagar em quatro anos. Na conta de luz do último mês ele pagou R$ 321,99. Com o motor funcionando, o contador pára de girar e zera a conta.

“Eu pretendo ter o retorno do investimento em três anos, na economia de energia elétrica. Com isso, farei um melhoramento de equipamentos na propriedade para ter um melhor retorno” disse Giombelli.

O crédito do Pronaf para esse tipo de investimento pode ser feito com prazo de pagamento de até oito anos. A taxa de juros, para o pequeno produtor, é de 4% ao ano. Se ele pagar a dívida em dia, tem um desconto extra: o juro cai para 3% ao ano.