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Europa terá de aprender a conviver com a gripe aviária, diz UE

O vírus está disseminado em todo continente, logo, deverá demorar para ser extinto, porém não há razão para pânico.

 Redação AI (24/02/2006)- Os europeus precisam aprender a conviver com a gripe aviária, já que a doença está tão disseminada entre aves selvagens que permanecerá presente por um bom tempo, disse na sexta-feira a maior autoridade da União Européia na área da saúde, Markos Kyprianou.

Segundo ele, o bloco possui as medidas adequadas para conter a doença quando ela aparece, e vai acabar eliminando-a, mas isso vai demorar, disse ele numa entrevista coletiva, durante uma reunião informal de ministros da Saúde da UE.

“Considerando que o vírus está em todo lugar, é um problema que veio para ficar por algum tempo”, disse Kyprianou.

“Nós e o público europeu precisamos aprender a conviver com o problema, sem pânico. Temos as providências, temos a legislação, temos experiência com problemas semelhantes. Já fizemos isso no passado, podemos fazer de novo agora e no futuro”, afirmou.

Na sexta-feira, a França confirmou ter encontrado o vírus da gripe aviária H5 numa fazenda que registrara a morte de milhares de perus, e afirmou que está fazendo testes para ver se se trata da temida variante H5N1. Pode ser o primeiro caso confirmado de H5N1 numa fazenda da UE.

“Não há motivo para pânico. Mesmo que tenhamos casos em aves de criação ou doméstica”, disse Kyprianou.

O vírus, que é endêmico em aves de regiões da Ásia, está se espalhando pela Europa. Mas a UE ainda não registrou casos em vítimas humanas.

A gripe aviária ainda é basicamente uma doença animal, mas já matou mais de 90 pessoas desde 2003, devido ao contato direto das vítimas com as aves doentes. Os cientistas temem que o vírus sofra mutações que lhe permitam passar de pessoa para pessoa, o que deflagraria uma pandemia com o potencial de matar milhões.

Kyprianou afirmou que dará início nas próximas duas semanas ao debate, entre os ministros da área de saúde da Europa, sobre se a UE deve ou não manter um estoque de drogas antivirais.

“Os Estados-membros podem decidir que não querem criar um estoque em nível europeu, e sim que cada país deve criar seus próprios estoques. Vejo vantagens nas duas (estratégias), mas cabe aos Estados-membros decidir”, acrescentou Kyprianou.