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Cepea cria quatro novos indicadores para o agronegócio

Centro cria quatro indicadores macroeconômicos de exportação e um banco de dados sobre as barreiras técnicas (não-tarifárias) nos principais comércios globais mundiais.

Redação (19/01/06) – O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) divulgou ontem (17/01), em coletiva na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), a criação de quatro indicadores macroeconômicos de exportação para o agronegócio e de um banco de dados sobre as barreiras técnicas (não-tarifárias) nos principais comércios globais mundiais. Segundo informações do Cepea, o agronegócio representa quase 40% das exportações realizadas pelo Brasil.

Com relação aos indicadores, o trabalho da universidade vai beneficiar, principalmente, o pequeno produtor e cooperativas do setor. Os índices apresentarão resultados práticos ao produtor, como a situação do câmbio e do mercado externo, que mostrarão se é interessante colocar no pretenso mercado determinado produto.

“A informação é a melhor arma para termos uma boa radiografia do mercado e, assim, poder negociar com maior transparência os contratos, sem esperar que as grandes empresas ou as trades batam à porta dos produtores”, diz o coordenador científico do Cepea e professor da Esalq, Geraldo SantAna de Camargo Barros.

Dos quatro indicadores criados pelo Cepea, as séries históricas desde de 2004 estão prontas para o Índice de Preços de Exportação do Agronegócio (IPE), para o Índice da Taxa Efetiva de Câmbio do Agronegócio Brasileiro (IC) e para o Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT).
As informações estão disponíveis para serem utilizadas e podem ser acessadas na página do Cepea. Os dados referentes ao último mês de dezembro para o IPE e IC ainda serão atualizados.

No caso dos três índices, os cálculos serão disponibilizados mensalmente e, a cada semana, haverá uma análise para cada indicador. O quarto indicativo, o Índice de Volume de Exportações do Agronegócio (IVE), será, inicialmente, divulgado anualmente.

“Desta forma, vamos criar parâmetros que permitam interpretar o que está acontecendo com a macroeconomia e, assim, prever o futuro das exportações”, disse Barros.

“O desenvolvimento de todos estes processos visa a identificação sistemática e periódica que deverá balizar a tomada de decisões do setor privado, entidades de classes e governo federal”, explicou a pesquisadora do Cepea e professora da Esalq, Heloisa Lee Burnquist.

O Cepea também está disponibilizando uma compilação de informações sobre as barreiras não-tarifárias pelo mundo. Este tipo de bloqueio ao comércio internacional é diferente da imposição de pagamento de uma quantia em dinheiro. Tal bloqueio técnico impõe normas e regulamentações sanitárias e fitossanitárias que, com o tempo, irão substituir as barreiras tarifárias.

Esta demanda maior ganha importância na OMC (Organização Mundial do Comércio), instituição onde devem constar os registros de tais técnicas. Sua repercussão se deve ao impacto na economia, ao restringir a entrada no mercado, e no procedimento de negociação. “Precisamos harmonizar as normas entre os países para o impedimento de troca de bens e mercadorias”, argumentou Burquinst.

Paralelamente aos índices agregados e ao banco de dados sobre barreiras técnicas, o Cepea está desenvolvendo outro trabalho setorial. O objetivo é criar novos índices de preços e volume para os principais setores do agronegócio. Para o café, carnes bovina e de frango e leite já foram iniciados os trabalhos, que devem integrar os 33 grupos levantados.