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É bom para o plantel, é bom para os negócios

Nas granjas de suínos, a adoção de tecnologias de controle do ambiente promove o bem-estar animal e aumenta a produção

É bom para o plantel, é bom para os negócios

Embora seja uma ideia relativamente recente, que começou a penetrar no mercado há cerca de quinze anos, a importância de um ambiente controlado na produção de suínos está aos poucos se consolidando nas granjas de todo o país. Hoje, dificilmente um novo projeto de galpão sai do papel sem prever, ao menos, medidas de climatização que garantam o bem-estar do rebanho.

Não é uma questão única e exclusivamente de amor aos animais. Significa também dinheiro no bolso. Um ambiente agradável aos suínos melhora as taxas de parto e de leitões nascidos vivos; diminui o tempo de recuperação das fêmeas pós-desmame, fazendo com que voltem rápido à reprodução; e aumenta a taxa de conversão alimentar, acelerando o ganho de peso e diminuindo os gastos com ração, entre outros benefícios. Ou seja, há uma relação direta com a sustentabilidade financeira do negócio.

“O que a gente pode garantir, com toda certeza, é que uma granja climatizada produz muito mais”, assegura o professor Iran Oliveira, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Ambiência da Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), de Piracicaba.

“As pessoas estão percebendo que os animais são seres sencientes, sentem frio e calor, e que isso afeta a produção e a reprodução deles”, explica. “Por exemplo, animais que estão em estresse térmico ficam apáticos e, por isso, comem menos. É a mesma coisa com a gente. No verão, ninguém fica comendo muita feijoada”, brinca.

Tecnologias

Para obterem esses resultados, as granjas contam atualmente com uma tecnologia que inclui painéis de isolamento térmico, ventilação, exaustores, janelas automáticas para a renovação do ar e sistemas de resfriamento por evaporação. As tecnologias vêm evoluindo ano a ano, com um conceito central: automação.

“O importante é que tudo seja controlado de forma automática e eficiente. Senão, todo o sistema fica refém de uma mão de obra que pode falhar, que nem sempre estará ali”, observa Fernando Oliveira, gerente comercial da Plasson, empresa global que comercializa equipamentos para suinocultura e avicultura.

“As granjas de pressão negativa, como a gente fala, são como se tivessem um ar-condicionado”, ilustra Nicolle Wilsek, técnica do Sistema Faep/Senar-PR, especializada em suinocultura. “Através de placas evaporativas você consegue manter temperaturas muito menores do que no exterior da unidade. Por exemplo, no Oeste do Paraná, que é um dos principais polos da suinocultura e onde os termômetros chegam a 35º C, a temperatura interna dos barracões pode ficar em 22º C”.

Isso é importante para animais mais velhos, como fêmeas reprodutivas, cachaços (machos adultos, também utilizados na reprodução) e aqueles em fase de terminação, a última da engorda. É nessa fase que se pode utilizar ainda as lâminas d’água, uma espécie de piscina bem rasa, onde os animais se deitam, rolam e trocam calor com a terra fresca. Os suínos precisam desse tipo de atividade porque não possuem glândulas sudoríparas, que, nos humanos, por exemplo, ajudam a termorregular o organismo. É inclusive por isso que, antigamente, os porcos eram vistos na natureza próximos à lama.

Os gotejadores, que pingam água de maneira moderada, e os nebulizadores, que produzem uma névoa capaz de refrescar o ambiente, são também ferramentas utilizadas para baixar a temperatura de um galpão.

Já nas regiões frias, muitas vezes é necessário aquecer as instalações, principalmente para leitões recém-nascidos, que devem ficar em locais com temperatura entre 28º e 32º C. Nesse caso, são usados os chamados escamoteadores, que são casinhas com lâmpadas e pisos aquecidos. Um pouco mais adiante, na fase da creche, é possível obter um efeito parecido utilizando-se fornalhas.

Leia o artigo completo na edição 312 da Suinocultura Industrial