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Avicultura em alerta

Vice-presidente Técnico Científico da UBA fala sobre os recentes surtos de Influenza Aviária no mundo e sobre as medidas que o setor vem tomando para evitar a entrada e disseminação do vírus no Brasil. (Veja vídeo com a entrevista)

Redação AI 22/01/2004 14h15 – Enfermidade da lista A da Organização Internacional de Epizootias (OIE), a Influenza Aviária é motivo de grande preocupação para o setor avícola brasileiro. Não é de hoje que a doença vem castigando plantéis avícolas no mundo inteiro. Nos últimos anos foram registrados casos de Influenza Aviária nos EUA, México, Guatemala, El Salvador, Chile, e mais recentemente na Holanda e Hong Kong.

No entanto, a ocorrência do surto de Influenza Aviária de alta patogenicidade verificada nas últimas semanas no Vietnã, Coréia do Sul, Tailândia e Japão fez com que o Brasil redobrasse seus cuidados para evitar a entrada e disseminação da doença no País. A avicultura brasileira vive hoje em estado de alerta máximo. “Esses casos que estão acontecendo na Ásia são muito atípicos, nunca foi visto nada parecido, é uma verdadeira epidemia com relato de casos em humanos, o que é muito preocupante”, comenta Ariel Antonio Mendes, vice-presidente Técnico Científico da União Brasileira de Avicultura (UBA). Segundo ele, a relação entre os surtos de influenza em animais e em humanos nos países asiáticos ainda não está completamente compreendida e investigações mais aprofundadas continuam sendo realizadas pelos pesquisadores. Também a forma como a doença vem se disseminando nos países asiáticos é alarmante, uma vez que não se sabe de que maneira esta contaminação vem ocorrendo.

Avicultura brasileira
Segundo Mendes, desde que foi notificada a ocorrência de Influenza Aviária no Chile, o Brasil vem adotando uma série de ações e medidas para evitar a entrada da doença. “No contexto geral, o Brasil é uma ilha de tranqüilidade no aspecto sanitário. Mesmo assim, posso afirmar que estamos preparados para atuar no caso de uma eventual ocorrência de Influenza Aviária no País”, afirma Mendes. “O Ministério da Agricultura já efetuou com seus técnicos uma série de treinamentos durante o ano passado e nós também realizamos um treinamento com os técnicos das empresas”.

Pontos críticos
Há dois anos, o trânsito de aves vivas é rigorosamente controlado no País. Testes sorológicos em aves migratórias, entre outras ações, também estão sendo realizados para identificar em que áreas devem-se concentrar a atuação do Ministério da Agricultura e do setor.

As grandes preocupações do setor avícola, segundo Mendes, são com relação às aves migratórias e setores menos tecnificados da avicultura brasileira, como por exemplo o setor de postura, que possui grande capilaridade. Porém, a preocupação principal é com as criações avícolas de fundo de quintal, na qual o nível de informação dos produtores é bem menor. “O vírus da Influenza Aviária se dissemina rapidamente. Estamos nos preparando para evitar qualquer ocorrência, mas caso não seja possível evitar a entrada da doença estamos preparados para atuar com a rapidez necessária para evitar que, na eventualidade da ocorrência, esse vírus se dissemine trazendo conseqüências terríveis para a avicultura brasileira”, afirma Mendes.

Veja o vídeo aqui