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Meio Ambiente

Clima e desenvolvimento

<p>Encontro promovido pela FEA/USP trouxe ministro britânico de Energia e Clima para um profundo debate sobre gases de efeito estufa, energia renovável e planos para diminuir as mudanças climáticas no mundo.</p>

“Em que velocidade poderemos amenizar as mudanças climáticas no mundo e conseguiremos fazer isto a tempo?”. Estas foram as principais indagações lançadas pelo ministro de Energia e Clima do Reino Unido, Ed Miliban, durante a sua participação no Seminário Clima e Desenvolvimento: a Caminho de Copenhague, realizado na manhã desta quinta-feira (05/08) pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), na USP, em São Paulo (SP).

O encontro reuniu especialistas em questões ambientais e energias renováveis para discutir e avaliar as políticas nacionais de transição para uma economia livre de emissões de gases de efeito estufa. As discussões também percorrem as negociações multilaterais que resultarão, no final do ano, em acordos internacionais relativos à 15ª Convenção do Clima, que será realizada em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.

Miliban também afirmou que o atual momento para o planeta Terra, sob os aspectos climáticos e ambientais, é ruim. “Os países desenvolvidos são, até agora, os maiores contribuidores para o aquecimento global. E se algo não for feito para amenizar e diminuir este impacto agora, não teremos como reverter o quadro no futuro e nem como ajudar os países em desenvolvimento a implantar políticas de preservação ambiental e de utilização de fontes renováveis”, alertou.

No entanto, o ministro britânico disse que mesmo em meio a um cenário nada animador existem oportunidades e alternativas para a melhoria deste diagnóstico e uma delas é o exemplo do United Kingdom Low Carbon Transition Plan. Este programa aplicado na Inglaterra tem como objetivo cumprir a estratégia de transição no país de hoje até 2020. O plano disciplina a emissão de CO2, aplicando limites de emissões para todas as áreas economicamente ativas na Grã-Bretanha. “A transição contará com uma ação estratégica do governo britânico e, principalmente, com a ajuda da população”, explica Miliband. “Já temos um bom progresso na questão das emissões. A Inglaterra já reduziu 21% das suas emissões de gases de efeito estufa desde 1990. Com o Low Carbon Transition Plan a Inglaterra mostrará que, embora não seja o maior país do mundo ou o maior poluidor, pode ser a liderança na prevenção dos piores efeitos da mudança climática”, explicou.

Desmatamento – O ministro britânico, durante sua passagem pelo Brasil, também visitou o Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, uma área protegida por lei há várias décadas. No entanto, a comunidade indígena do parque disse ao ministro que muitas pessoas estão começando a invadir a área e que isto poderia mudar o estilo de vida local. “Grande parte da floresta ao redor do Parque do Xingu foi desmatada e muitos madeireiros ilegais já operam dentro da área de preservação”, relatou o ministro. “O desmatamento da floresta é responsável por cerca de um quinto das emissões de carbono do mundo. É absolutamente crítico que nós cheguemos a um acordo em Copenhague que envolva a redução destes índices de desmatamento, disse. “Mas nós temos que fazer isso de um jeito que ajude as pessoas na floresta, com as quais eu me encontrei, para que elas também tenham interesse em participar deste processo”. Miliband disse ter esperança de que os países cheguem a um acordo também sobre esta questão no encontro de Copenhague.

Presenças – O Seminário Clima e Desenvolvimento da FEA também contou com exposições dos professores José Goldemberg, do Instituto de Energia e Eletrotécnica (IEE/USP), e Jacques Marcovitch (FEA/USP), e o presidente da Fundação Amazônia Sustentável, Luiz Fernando Furlan.