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Compostagem na suinocultura

Cícero Bley Jr. apresenta alernativa para o destino de carcaças suínas na Abraves 2003.

Redação SI 30/09/2003 – 11h00 – Uma matriz chega a produzir 3kg de tecido morto por parto. Neste material estão incluídos a placenta, cordões umbilicais e alguns possíveis nati-mortos. Você já imaginou o volume de restos orgânicos gerado por ano somente na maternidade de uma granja suína? De acordo com o engenheiro agrônomo e consultor ambiental, Cícero Bley Jr., somente com os partos podem ser gerados cerca de 3 toneladas de tecido morto ao ano. “Se você somar os descartes das outras fases da granja esse volume pode chegar a 50 toneladas anuais”, revela.

Bley irá apresentar na Abraves 2003, realizada entre 30 de setembro e 3 de outubro, em Goiânia (GO), a palestra Destino de carcaças de animais mortos: compostagem a alternativa ideal?, nesta próxima quinta-feira (2), às 09h30.

Segundo ele, a compostagem é um processo barato e ambientalmente seguro. “É um sistema praticamente novo, que surgiu há cerca de três anos, por meio de uma adaptação de suinocultores americanos que não sabiam o que fazer com as carcaças de seus animais na época da explosão da vaca-louca, que proibiu a utilização de restos orgânicos (tecidos, sangue, ossos) na formulação de rações”.

O engenheiro salienta que a compostagem é um sistema muito utilizado hoje no Brasil. “Sua aplicação poderia ser ainda maior, mas falta informação e assessoria técnica aos produtores”. Bley ainda afirma que a adoção da compostagem está ao alcance de qualquer suinocultor, do pequeno ao grande. “O custo de duas células composteiras, podendo ser de madeira ou de alvenaria, na metragem mínima de 2m/2m, sai em torno de R$ 2 mil”.

Fazendo a compostagem – Cícero Bley explica que a compostagem de animais mortos deve ser feita da seguinte forma:
– forrar a composteira com maravalha numa camada de 20 centímetros;
– cobrir a maravalha com os tecidos mortos;
– cobrir com mais uma camada de 20 cm de maravalha, depois mais uma de tecidos mortos e assim sucessivamente.

“Depois de 90 dias, restam apenas os ossos maiores”. O engenheiro garante que a compostagem, quando bem manejada, não exala qualquer tipo de cheiro e nem incomoda no dia-a-dia da granja. “Uma das grandes vantagens da compostagem é que a técnica depende de alta temperatura e isso nós temos aqui nos trópicos”. Ele explica que dentro da composteira, fechada, a temperatura chega a 55 graus Celsius, o que proporciona a eficiente decomposição do material orgânico.