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Ritmo dos embarques e das vendas futuras de milho recua em SP

O ritmo das vendas externas foi reduzido pela expectativa acerca das safras americana e argentina, e um possível e provável aumento das cotações do grão no mercado internacional.

Redação (03/04/2009) – Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam uma retração superior a 30% da quantidade de milho exportada em março, na comparação com o mesmo período do ano passado. Paulo Molinari, da Safras&Mercado, avalia que o retorno dos preços do cereal brasileiro aos patamares balizados pelos principais players internacionais frearam as negociações em apenas 451,9 mil toneladas. Desde dezembro, os vendedores daqui ofereciam o produto com deságio de U$ 10 para cada tonelada embarcada. "Agora os preços estão iguais, em alguns casos até mais caros", assegura Molinari.

De acordo o consultor, o ritmo das vendas externas foi reduzido também pela expectativa acerca das safras americana e argentina, e um possível e provável aumento das cotações do grão no mercado internacional. Segundo ele, até agora foram negociadas apenas 2,3 milhões de toneladas de milho safrinha 2009 – dois milhões via leilões de contratos de opção pro-movidos pelo Governo Federal, e as outras 300 mil toneladas através de contratos futuros para embarques a partir de setembro. "Mas no segundo semestre, a demanda mundial deve voltar a configurar uma boa alternativa de escoamento da produção, conjectura Molinari.

Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), revela que em Mato Grosso ainda restam cerca de 300 mil toneladas de milho da safra passada estocadas, o equivalente a 4,3% da produção estadual. O Plantio do milho safrinha foi encerrado ainda em março e a redução da área plantada deve ser confirmado em apenas 15%, e não 30% como previsto anteriormente pelo Instituto.

Mais milho transgênico

A produtividade média do milho transgênico resistente a lagarta cultivado no Rio Grande do Sul foi 16,6% maior, pelo menos nos hectares cultivados pelos produtores associados ao Clube dos Amigos da Terra (CAT). Esta é a primeira leva colhida do cereal geneticamente modificado cultivado em apenas 5% da área gaúcha reservada ao cereal. O engenheiro agrônomo Almir Rebelo, presidente do CAT, relata que a área experimental de 3,6 hectares cultivada com a semente transgênica dispensou aplicação de 3 doses de defensivos. "E em alguns produtores da região de Tupanciretã colheram até 226 sacas por hectare", afirma.

De acordo com o CAT, os quatro híbridos com o gene modificado (AG 9020 Bt, AG 8015 Bt, AG 8011 Bt e AS 1551 Bt) que contavam com seus correspondentes convencionais (AG 9020, AG 8015, AG 8011 e AS 1551) apresentaram produtividade em média 16,6% superior a essas últimas.

O engenheiro agrônomo revela que a área recebeu uma aplicação "preventiva" de defensivos, enquanto os convencionais demandaram "três aplicações curativas, o que reduziu em R$ 90 por hectare o nosso custo", contabiliza Rebelo. Ele acredita que já na safra 2009/10 90% da área de 540 hectares deve ser cultivada com o milho Bt. "Isso deve garantir cerca de R$ 300 a mais por hectare ao produtor", calcula.

O CAT de Tupanciretã tem 83 associados que cultivam 100 mil hectares e 300 mil toneladas de grãos produzidos ao ano. Esses agricultores são pioneiros no plantio de soja transgênica. A região tem a maior produtividade do Rio Grande do Sul e é considerada a "capital nacional da soja transgênica".