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Entenda as tendências e desafios no mercado de grãos diante de flutuações

Companhia Nacional de Abastecimento reduziu as expectativas ao considerar todos os grãos, mas para a soja o estimado é superior à média dos últimos 11 anos

Entenda as tendências e desafios no mercado de grãos diante de flutuações

O Brasil enfrenta desafios com uma possível quebra na safra que poderia impactar o PIB em 2024. Esse tema tem sido discutido entre especialistas e analistas do agronegócio nas últimas semanas. A EXAME analisou os dados mais recentes para elucidar a situação do mercado de grãos.

As estimativas para a safra 2023/24, cujo calendário agrícola vai de julho a junho, foram divulgadas no 4º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última semana. Estes dados revelam a complexidade da atividade agrícola no Brasil, sendo crucial esclarecer as expectativas do órgão para a temporada e compreender a realidade de cada cultura.

A Conab reduziu a expectativa do volume total de grãos a serem colhidos em 2024, abrangendo diversos produtos como soja, milho, arroz, feijão, trigo, algodão, cevada, entre outros. Considerando todas essas commodities, a produção brasileira de grãos deve atingir 306,4 milhões de toneladas. Se confirmado, esse volume representa uma queda de 4,2%, ou seja, uma quebra de safra de 13,5 milhões de toneladas em relação a 2022/2023, sendo o clima o fator mais relevante nesse decréscimo.

Ao analisar a situação da soja, a principal commodity agrícola para o Brasil, o documento da Conab também revela uma quebra de 4,2%, mas na expectativa e não na safra em si. Isso significa que o percentual de redução mencionado pela Conab refere-se às primeiras estimativas feitas em outubro e novembro, não sendo um comparativo com a safra 2022/2023.

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Pelo contrário, a produção de soja deve atingir 155,3 milhões de toneladas, representando um aumento de 0,4% em relação à temporada passada. A estimativa da Conab para a soja é superior à média dos últimos 11 anos. No entanto, ao avaliar a produtividade, espera-se um decréscimo, com a oleaginosa rendendo 3.431 quilos por hectare, 2,2% a menos que na safra anterior, devido à falta de chuva.

Os desafios climáticos também afetam a produção de milho, contribuindo para a redução na estimativa global de grãos. Segundo a Conab, a colheita de milho deve atingir 117,6 milhões de toneladas, uma redução de 10,9% em relação a 2022/23. O excesso de chuvas no Sul e a escassez no Centro-Oeste impactaram a primeira safra do cereal, representando 20,7% da produção total.

A segunda safra de milho, dependente do ritmo da soja, está suscetível ao atraso na plantação da oleaginosa. Isso contribui para a revisão da estimativa total de grãos. A Conab destaca a importância do milho segunda safra para o abastecimento interno e exportação, mencionando também a possibilidade de incremento de novas culturas. O produtor de milho monitora diariamente o calendário para garantir o crescimento e desenvolvimento da lavoura dentro do prazo esperado.

Enquanto isso, além da redução na produção em 10,9% em relação a 2022/23, a área total de milho está estimada pela Conab em pouco mais de 21 mil hectares, 5,6% a menos que na safra passada, com uma produtividade caindo na mesma proporção para 5.596 quilos por hectare.