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Comentário Suíno

<p>O inventário do mercado canadense suíno caiu cerca de 12%.Leia a coluna desta quinta (4).</p>

Redação (04/09/2008)- A indústria suína norte-americana publicou os últimos dados de Estatísticas sobre o Canadá que indicam uma queda nos inventários suínos do mercado canadense de 12% em 1º de julho de 2008, quando comparados com a mesma data do ano anterior. Estamos em um mercado continental e o segredo para ler bem umas estatísticas é fazendo o inventário combinado dos dois países Estados Unidos e Canadá.

Inventários oficiais

Junho – Julho

(X 1000 cabeças)

Rebanho reprodutivo 2007 2008 2008 como % de 2007
Canadá 1565 1493 -5%
Estados Unidos 6120 6069 -1%
Total 7685 7562 -2%
Rebanho de mercado 2007 2008
Canadá 13125 11492 -12%
Estados Unidos 57830 61591 +7%
Total 70955 73083 +3%

Certamente, o Canadá está fazendo sua tarefa de cortar o fornecimento continental de carne suína com uma grande redução tanto em seu rebanho reprodutivo, como no de suíno de mercado – quase 10% desde seu pico de 2005 – enquanto que seu rebanho de mercado tem decrescido cerca de 18%. Menos suínos, menos carne, menos trabalhos, menos consumo de alimento e mais sonhos rompidos. O sofrimento na indústria suína canadense tem sido incansável e cremos que ainda não termina. Não vemos nenhuma nova infra-estrutura sendo construída. Há apenas quatro anos o Canadá foi o maior exportador de carne suína do mundo, agora está sendo superado pelos Estados Unidos. O dólar americano desvalorizado, os custos da ração, as sacudidas nas indústrias empacotadoras e os baixos preços do suíno têm contribuído para produzir este colapso no setor suinícola canadense.

Se dermos uma espiada no inventário combinado Canadá – EUA, observamos um rebanho reprodutivo 2% menor e um inventário de mercado 3% mais alto. O qual é muito mais manejável que o 7% exibido pelos EUA quando aparecem sozinhos. Estes 3% de aumento anual emparelhado a uma massiva demanda internacional de carne suína está ajudando nossa indústria a ter uns preços de mercado de suíno a níveis quase incompreensíveis com este volume de oferta há apenas uns meses. Oferta e demanda soa muito simples, mas eles são aliados quando decidem o comportamento de um mercado.

Sacrifício de fêmeas
A última semana teve um sacrifício de 68.500 fêmeas nos EUA, o que é 10.000 cabeças a mais comparada à mesma semana do ano anterior. O preço da fêmea tem se recuperado, mas não há nenhuma indicação de que a liquidação tenha parado. A indústria suinícola americana está melhor agora, mas os preços do alimento seguem sendo muito altos e as utilidades não são satisfatórias ainda.

Há uma disputa entre os EUA e México devido as recentes notícias relacionadas com segurança alimentar dos estabelecimentos de carnes de Maple Leaf. Se esta questão não for solucionada rapidamente, e a escalada de eventos continuar, poderemos ver algumas fronteiras se fecharem num futuro próximo, fato que não seria uma boa notícia para as exportações de carne americana ao México. Esta situação também produziria um incremento nos preços do suíno ao interior do México, país que atualmente negocia nos $18.5/Kg pesos mexicanos – aproximadamente 85 centavos de dólar americano por libra, peso vivo.

O USDA projeta uma superprodução de cereal para este ano, o qual seria a segunda maior na história dos EUA. Contudo os preços do milho seguem subindo desafiando qualquer lógica. No entanto, esperamos uma queda nos preços dos grãos.

Na semana passada Maple Leaf Foods fez um chamado para recolher um grande número de seus produtos que se encontravam contaminado com listeria, com algumas mortes e consumidores doentes devido a este problema. A Maple Leaf tem atuado muito rápido para enfrentar a situação, a qual não é boa para a empresa nem para o setor canadense. Qualquer aspecto negativo para Maple Leaf repercutirá da mesma maneira a toda a indústria canadense.

Já a Tyson Foods, segunda maior produtora de frango nos EUA, tem reportado uma perda neste segmento de $70 milhões de dólares nos primeiros nove meses de 2008.

A conclusão é que a produção de frango está sendo afetada também e estará reduzindo em pelo menos 60 milhões de libras por semana. Menos proteína proveniente do frango é positiva para melhorar os preços do suíno. Os EUA produzem cerca de 400 milhões de libras de frango por semana. 60 milhões de libras menos equivalem a uma redução de uns 15% semanal da produção americana.

Mercados
O mercado suíno Iowa-Minnesota tem produzido um preço de 81.55 na semana passada, descaindo de 85.84 da semana anterior. O volume de abate foi de 2 milhões 231 mil cabeças, 7,6% mais alto comparado a mesma semana do ano anterior. Pelo lado dos cortes, segundo o USDA tem fechado a 90.31, enquanto que as utilidades nas empacotadoras estão em suas médias altas normais. Isto é, sem dúvida, um grande incentivo para eles e manterão seus estabelecimentos trabalhando a todo vapor. Estamos começando a descida estacional de preços.

Produtividade
Todo mundo no interior da indústria suína está batalhando com os preços da ração e o acréscimo nos custos de produção. O que achamos interessante é a imensa variação em produtividade. A empresa Swine Management Services (SMS) de Freemont, Nebraska, é o maior sistema de benchmarketing do mundo com 901.764 matrizes povoadas em 467 granjas na sua última reportagem anual.

O que descobrimos de fascinante quando nos aprofundamos na base de dados da SMS é que 25% das granjas mais inferiores mediaram 18.82 leitões desmamados por fêmeas ao ano. Enquanto que por outro lado, SMS reporta que os 25% das melhores granjas mediaram 26.12.

Em nossa opinião estamos vendo uma imensa variação entre os dois extremos da reportagem em termos de produtividade. Quase 8 leitões por porca de diferença entre as primeiras 25% das melhores granjas contra as últimas 25%. A adoção de tecnologia está separando o farelo do grão.

A demanda em produtividade tem-se convertido em um ponto-chave nos consumidores de produtos agrícolas de alta tecnologia. Na semana passada, a Monsanto se comprometeu publicamente em dobrar os rendimentos por colheita em milho, soja e algodão para o ano de 2030, enquanto ao mesmo tempo melhorava as utilidades do granjeiro, reduzindo seus gastos em 1/3.

Os avanços em tecnologia de produção suína estarão obtendo rendimentos de 35 leitões desmamados por porcas ao ano em muito pouco tempo. As conversões alimentares se acercaram cada vez mais a 2 que a 3, enquanto que as taxas de crescimento excederam as 2 libras diárias de maneira consistente. A demanda em nível da base produtiva para manter-se competitivo é permanente. O desenvolvimento tecnológico e a adoção de novas tecnologias aceleraram a produtividade a frente de nossa compreensão na década sucessora.

Autor: Jim Long Presidente da Genesus Genetics
Tradução: Fernando Ortiz Gerente de vendas Genesus em Ibero-América

Leia o artigo anterior: 28/08/2008