
Pesquisadores da Universidade de Kazan, na Rússia, desenvolveram uma tecnologia que permite o uso de fezes de aves tratadas com uma cepa bacteriana probiótica como um aditivo alimentar rico em proteínas. A abordagem já demonstrou resultados promissores em um experimento com codornas, melhorando o sabor da carne e a tornando mais suculenta.
Os cientistas utilizaram bactérias Bacillus formadoras de esporos em fezes de aves desinfetadas. Essa bactéria, já presente em diversos probióticos para rações, demonstrou potencial para suprimir a microflora patogênica no intestino das aves e restaurar a digestão normal.
Segundo os pesquisadores, os excrementos secos de aves, após um processo especial de secagem em micro-ondas, contêm de 23% a 28% de proteína e muitos aminoácidos essenciais. O material é considerado seguro para alimentação e pode substituir componentes proteicos caros, sem conferir odores ou sabores estranhos à carne.
Destaque para a Ração de Codornas e Impacto na Indústria
Os cientistas incentivam principalmente os fabricantes de ração para codornas a explorarem essa nova tecnologia. A carne de codorna, popular entre os defensores da alimentação saudável, é sensível à qualidade da ração. A nova tecnologia poderia resolver o problema da ração convencional que nem sempre fornece as propriedades organolépticas necessárias, além de reduzir a dependência de aditivos importados caros.
A ampla adoção da nova tecnologia poderia aprimorar significativamente a gestão de resíduos na indústria avícola russa. Ao utilizar resíduos de aves como componente de ração, a indústria poderia reduzir sua dependência de aditivos químicos e materiais importados caros, melhorando sua sustentabilidade e diminuindo os custos de produção. O novo produto permite resolver vários problemas simultaneamente: melhorar a qualidade da carne de codorna sem aditivos químicos, reduzir o custo da ração com o uso de matéria-prima nacional e utilizar os resíduos avícolas em benefício da indústria.
No entanto, a legislação russa ainda proíbe o uso de fezes de aves como componente de ração, embora seu uso como fertilizante tenha sido autorizado em 2022. O desenvolvimento do novo produto ocorre em um contexto de aumento do interesse por novas tecnologias de gestão de resíduos na indústria avícola russa, com o controle estatal na área se intensificando e granjas sendo cada vez mais multadas por gestão inadequada de resíduos.