
A indústria avícola pode estar próxima de um avanço significativo no combate à gripe aviária altamente patogênica (HPAI). O professor da Universidade do Missouri, Dr. Wesley Warren, explicou que a tecnologia de genômica de célula única e a edição genética direcionada podem ajudar a criar aves resistentes à doença.
Dr. Warren apresentou sua pesquisa na conferência da Poultry Science Association (PSA) de 2025, em Raleigh, Carolina do Norte, em 16 de julho. Seu trabalho envolve o mapeamento do ecossistema celular completo das respostas imunológicas do frango à IAAP, com foco especial nas células epiteliais pulmonares – o local inicial de ataque do vírus – e nas células T do sistema imunológico, responsáveis por combater a infecção.
Células T como Chave para a Resistência
A pesquisa do Dr. Warren indica que as células T, especificamente as células T gama-delta, podem desempenhar um papel crucial no combate à IAAP. Como as galinhas possuem uma quantidade maior dessas células T em circulação em comparação com os humanos, Warren acredita que elas podem ser aproveitadas para potencialmente aumentar a resistência a doenças.
Os primeiros passos dessa pesquisa envolvem o mapeamento dos caminhos de desenvolvimento das células T, visando entender como diferentes tipos de células imunológicas amadurecem e respondem à infecção por influenza aviária. Isso permitirá que a equipe identifique genes que controlam o desenvolvimento dessas células T e compreenda como eles impactam as respostas imunológicas. O objetivo final é desenvolver esses genes centrais para que possam ser transmitidos aos editores de genes e, assim, definir o que realmente significa resistência à doença.
Futuro da Pesquisa: Edição Genética com CRISPR
Para avançar na pesquisa, o Dr. Warren planeja usar a tecnologia CRISPR (repetições palindrômicas curtas agrupadas regularmente espaçadas). Essa ferramenta permitirá rastrear milhares de genes e testar quais modificações genéticas seriam mais eficazes em impedir a replicação viral. O foco principal da triagem será em genes de células epiteliais que poderiam bloquear a entrada e replicação do vírus, oferecendo uma alternativa à dependência exclusiva das respostas do sistema imunológico para controlar uma infecção.
Referência: WATTagnet











