O crescimento contínuo na oferta global de carne avícola é projetado para se consolidar no próximo ano, com os principais países produtores, incluindo os EUA, Brasil, China e UE, mantendo o ritmo de aumento. Com incrementos estimados em 1,7%, 2,5%, 1,3% e 1,8%, respectivamente, espera-se um cenário favorável impulsionado por fatores como redução de impactos nos custos de produção e margens de produção mais atrativas.
Gripe aviária segue como desafio para o mercado global
No entanto, desafios sanitários, particularmente relacionados à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), permanecem no centro das preocupações. A migração sazonal de aves da América do Norte para a América do Sul representa um ponto crítico, destacando os riscos de contaminação por novas cepas mais resistentes.
Enquanto a pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra a IAAP avançam globalmente, a decisão sobre a sua utilização ainda gera incertezas entre os países importadores. A França iniciou a fase de vacinação limitada aos patos, representando aproximadamente 8% da produção total de aves.
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No cenário internacional, as projeções de aumento na oferta de importantes exportadores podem intensificar a competição com o Brasil em diversos mercados. Nos EUA, barreiras comerciais, um dólar forte e questões geopolíticas continuam desafiando o setor, enquanto o México, principal importador dos EUA, enfrenta forte concorrência do Brasil devido à expectativa de desvalorização da moeda mexicana e questões de biossegurança.
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Na UE, a rápida expansão da produção na Polônia e a recuperação da oferta na Itália e França, impactadas pela IAAP, demandam maior disciplina para equilibrar oferta e demanda, evitando pressões nas cotações internas e protegendo as margens do setor produtivo.
No mercado chinês, uma combinação de crescimento limitado na oferta e melhora na demanda doméstica indica um cenário de preços mais elevados e melhores margens de produção. No entanto, a produção ainda é afetada pelas importações reduzidas de reprodutores devido à IAAP.
A China experimenta uma mudança no consumo, com crescente demanda por alimentos processados, especialmente no varejo. As exportações totais registram aumento significativo, com a China mantendo-se como principal importador. Projetamos que, em 2024, o Brasil manterá sua forte competitividade internacional, resultando em um aumento de 3,5% nas exportações.
A biossegurança relacionada à IAAP permanece crítica, e acordos de regionalização com principais importadores ajudam a reduzir riscos de sobreoferta em caso de contaminação.
Competitividade entre proteínas
Com a expectativa de oferta elevada de carne bovina no próximo ano, a competição entre proteínas deve persistir. A expectativa de preços médios menores no primeiro semestre pode beneficiar o consumo, enquanto custos de produção estáveis contribuem para margens favoráveis. Fatores como condições climáticas, conflitos geopolíticos e eleições presidenciais permanecem como pontos de atenção para 2024.
