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Mato Grosso do Sul deve aumentar em quase 50% o número de matrizes da suinocultura em três anos

Nos próximos anos o setor deve ganhar ainda mais destaque no estado e no país, com a implementação de projetos para vários elos da cadeia, da genética a indústria, passando, pelo desenvolvimento de novos usos para subprodutos como os rejeitos da atividade

Mato Grosso do Sul deve aumentar em quase 50% o número de matrizes da suinocultura em três anos

Mato Grosso do Sul é o sexto no ranking nacional da suinocultura. Em 2022 abateu 2,716 milhões de animais e produziu 247 mil toneladas de carne. Nos próximos anos o setor deve ganhar ainda mais destaque no estado e no país, com a implementação de projetos para vários elos da cadeia, da genética a indústria, passando, pelo desenvolvimento de novos usos para subprodutos como os rejeitos da atividade.

Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (20), no Encontro de Lideranças do segmento, durante a Expogrande, em Campo Grande. O evento marcou as comemorações dos 30 anos da Associação Sul-Matogrossense de Suinocultures (Asumas).

“A suinocultura está vivendo um momento muito bom, de expansão, e com responsabilidade, com toda a sustentabilidade. Estamos muito preparados para crescer com segurança. Nós estamos em sexto lugar no país, mas com previsão, nos próximos anos, para conseguir pular para o quinto lugar”, apontou o presidente da Asumas, Milton Bigatão.

Segundo o vice-presidente da entidade, Renato Spera, nos próximos três anos, considerando os projetos de expansão anunciados pelas empresas já instaladas e os novos empreendimentos, o número de matrizes do estado deve crescer 49,2%, saltando de 101,8 mil para 152 mil.

Entre os projetos em andamento estão uma unidade de produção de leitões da Cooperativa Alfa, de Santa Catarina, em Sidrolândia, com capacidade para 12 mil animais; a ampliação para 10 mil cabeças por dia da capacidade de abate de suínos da Seara/JBS, em Dourados; e o incremento na expansão do abate de 3,2 mil para 5,5 mil animais por dia do frigorífico da Aurora, em São Gabriel do Oeste.

Além do crescimento quantitativo do rebanho sul-mato-grossense, o vice-presidente da Asumas aponta como outro fator que está alavancando a atividade é o incremento da produtividade em razão de investimentos em genética, nutrição e equipamentos.

“Temos na suinocultura do estado uma mudança radical nos últimos 8 anos. Mato Grosso do Sul mudou de patamar em relação aos outros estados. Um ponto fundamental é a industrialização. Temos duas empresas integradoras e também produtores independentes que têm investido fortemente na atividade”, explica o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

Ele diz que a atividade é de alta tecnologia e com empreendimentos de médio e grande porte. Explicou que as políticas públicas implementadas neste período estimularam esse desenvolvimento, ao agilizar, por exemplo, o licenciamento ambiental, além de assegurarem incentivo a produção, por meio de iniciativas como o programa Leitão Vida.

Um investimento anunciado durante o evento, a instalação de uma unidade de produção de sêmen suíno, em Campo Grande, com investimento de R$ 50 milhões, pela Agroceres PIC, vai fechar o ciclo da atividade, possibilitando que Mato Grosso do Sul conte com todos os elos da cadeia do setor: genética, produção de matrizes e de leitões, crechário, unidades de terminação e indústria.

Segundo o secretário, o governo do estado pretende incentivar cada vez mais o bem-estar e a sustentabilidade do setor. Ele explicou que os criadores já utilizam biodigestores para o tratamento dos rejeitos para a produção de combustível (biogás) e biofertilizante para a fertirrigação.

Entretanto, apontou que uma empresa sul-mato-grossense já apresentou um projeto para um novo uso dos rejeitos. A transformação em biogás, depois em biometano e sua utilização em veículos e máquinas agrícolas. Inclusive, um trator movido a biometano foi comercializado para um produtor do estado durante a Expogrande.

Para a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP), Mato Grosso do Sul reúne todas as condições para ganhar ainda mais destaque na suinocultura. “O estado está com a faca e o queijo nas mãos. Temos tudo. Desde os insumos para a produção da ração, no caso o milho e a soja, até toda a cadeia produtiva da suinocultura instalada agora. Enquanto que o líder nacional hoje, Santa Catarina, depende do milho de Mato Grosso do Sul”, pontuou.

O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, por sua vez, ressaltou a importância do trabalho sanitário desenvolvido pelo estado para alavancar a atividade e outros segmentos do agro. Ele defendeu também uma busca por novos mercados para a produção do estado, visando assegurar maior tranquilidade ao produtor.

Já o governador sul-mato-grossense, Eduardo Riedel, ressaltou que a diversificação da matriz de produto do estado e o processo de industrialização pelos quais passaram várias atividades, como a suinocultura, são frutos de um trabalho em conjunto envolvendo o empreendedorismo dos produtores, políticas públicas, ambiente de inovação e tecnologia.