Há um grande movimento de investimentos e transformação ocorrendo no agro da região Sul do País, tendo como epicentro o Paraná, mais especificamente a região Oeste do Estado. Tradicionalmente, os três Estados do Sul sempre tiveram no agronegócio um dos grandes motores de suas economias. A presença de grandes agroindústrias e o avanço do movimento cooperativista impulsionou fortes crescimentos nas produções de proteína animal e grãos, principalmente.
Com um peso cada vez maior das questões sanitárias dentro do comércio internacional, ambos obtiveram status diferenciados ao longo do tempo. Primeiro, Santa Catarina como livre de Febre Aftosa sem vacinação, agora, mais recentemente, acompanhada por Paraná e Rio Grande do Sul. O reconhecimento também desta região como livre de Peste Suína Clássica (PSC) pela OIE também é um peso importante.
Mas, com a expansão da produção animal, a demanda por grãos aumentou, e hoje eles estão com preços competitivos no Centro-Oeste, mas chegando a valores elevados no Sul devido ao custo do frete. A produção não migrou para mais próximo dos grãos como se imaginava anos atrás, mas se modelou dentro da própria região Sul, cuja sanidade e infraestrutura portuária tem um peso grande.
O que temos observado em toda aquela região é um processo de interligação logística, que trará maior competitividade a todo o setor, podendo formar o que chamaríamos de um enorme agro cluster. O novo projeto da Ferroeste deve facilitar a chegada de grãos do Mato Grosso do Sul para o Paraná, com um trajeto que segue ainda de Foz do Iguaçu até Paranaguá, e para a região Sul de maneira geral. A proximidade com Argentina e Paraguai (grandes produtores de grãos), também agregam uma possibilidade da importação destes insumos para produção animal no Brasil. Com uma segunda ponte entre Brasil e Paraguai em construção, o acesso entre os países deve ser inclusive facilitado.
O contexto logístico atrelado a questão sanitária (que possibilita acesso a mercados de maior remuneração), tem transformado, principalmente a região do oeste paranaense em um verdadeiro canteiros de obras, tocado por cooperativas, empresas de genética, companhias privadas e outras, em uma expansão acelerada do agro. São milhões de investimentos, como você pode ver ao longo desta edição, em uma série de conteúdos especiais. Boa leitura.
Humberto Luis Marques
Editor Suinocultura Industrial