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Brasil não está imune ao vírus da gripe aviária, afirma ministro da Saúde

Em sua avaliação, a entrada do vírus H5N1, do tipo mais letal da doença, pode ocorrer por meio de aves migratórias.

O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, alertou hoje (23) que, embora não exista risco iminente de o Brasil ser atingido pela influenza aviária (gripe do frango), não se pode garantir que o país esteja imune. “Se a doença continuar se expandindo, fatalmente, ela vai chegar primeiro como um problema veterinário atingindo aves”, disse ele.

Para o ministro, “impedir que ele chegue [o vírus] é uma bobagem, o vírus já chegou na Alemanha, na Itália, na Checoslováquia, na França”. Saraiva Felipe também salientou que todas as nações estão atentas para a possibilidade de uma mutação do vírus, que hoje é transmitido entre aves e de aves para seres humanos. O temor é que a doença possa ser passada de uma pessoa para outra, o que poderia levar a uma pandemia. “Um fato que ajuda o país é que não importamos aves exóticas e somos o maior exportador de frango do mundo [em volume financeiro]. Mas isso não pode ser apontado como um fator da não chegada do vírus no Brasil”.

Essas informações foram dadas logo após a participação do ministro na cerimônia de comemoração dos 105 anos do Instituto Butantan, que ainda neste ano deverá iniciar a produção em escala piloto da vacina contra a gripe aviária. Uma amostra do vírus H5N1 já foi enviada ao instituto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas para começar os trabalhos falta concluir a reforma de um prédio que abrigará, provisoriamente, o laboratório de testes. De início, deverão ser produzidas cerca de 20 mil doses para serem utilizadas em caráter emergencial, no caso de prevenir o contágio das pessoas que lidam com aves ou que tenham sido expostos a uma situação de risco de contaminação.

Para acelerar as experiências, o ministério da Saúde repassou R$ 3,1 milhões ao Instituto Butantan. Esses recursos foram adicionados aos R$ 30 milhões referentes à participação federal nos investimentos do complexo de fabricação da vacina contra a influenza comum. Esse medicamento deve começar a ser produzido em 2008, por meio de parceria entre o Ministério da Saúde, o governo estadual e o laboratório francês Sanofi-Pasteur, o maior produtor mundial de vacina contra a gripe. No mesmo local, existirá um espaço para a produção da vacina contra a gripe do frango.