Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Saúde

China: alerta contra gripe aviária

Os novos casos estão levando pesquisadores e especialistas em saúde pública a ficar alerta para a remota possibilidade, que pode se tornar realidade, de pandêmia.

China: alerta contra gripe aviária

A nova Cepa H7N9 da gripe aviária, que surgiu em março deste ano infectando pelo menos 135 pessoas e matando 45 antes do final do verão está de volta, após a identificação de 4 novos casos no Sul da China no final do mês passado. Estes novos casos estão levando pesquisadores e especialistas em saúde pública a ficar alerta para a remota possibilidade, que pode se tornar realidade, de pandêmia.

A baixa incidência de casos onde a transmissão do vírus ocorreu entre humanos, comparado com os 70% onde a transmissão se deu através do contato direto com o animal infectado, ainda leva a uma certa tranquilidade em relação as possibilidade de pandêmia. Porém, segundo George Gao, vice-diretor do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças (CCPD), a preocupação é de que o vírus tem se mostrado em constante processo de mutação.

A preocupação aumentou com o isolamento de Cepas do H7N9, nos novos quatro casos, que demonstravam que o vírus esta se modificando rapidamente. Segundo Palm Grove, consultor de Sáude Animal da Australia, o vírus aparentemente esta recombinando com outras Cepas de gripe aviária nas aves caipiras, aumentando a variabilidade genética e, consequentemente a capacidade de mutação e adaptação.

As mutações que possam permitir ao vírus se propagar por aspersão, como ocorre na gripe sazonal, são as que mais preocupam os pesquisadores. O virologista Holandês Ron Fouchier  tem defendido o amplo estudos sobre os mecanismos que estariam envolvidos nesta adaptação do vírus, que possibilitaria a  transmissão entre seres humanos. Porém, muitos pesquisadores são contra a criação em laboratório de uma Cepa do vírus H7N9, mesmo em instalações com alto grau de segurança, pois existiria o risco de desencadear uma pandêmia, caso acidentalmente estes fossem liberados na natureza.

A China tem se preparado para uma possível situação de emergência. Pesquisadores do CCPD estão dando cursos intensivo, para funcionários de quase 1.000 hospitais e laboratórios, de como detectar o vírus em pacientes infectados. As amostras respiratórias são coletadas nos hospitais diariamente e testadas para o H7N9.

Um trabalho epidimiologico esta sendo conduzido para identificar o movimento do H7N9 no meio ambiente. Segundo o virologista Malik Peiris da Universidade de Hong Kong, falta a compreensão exata da ocorrência do vírus no setor avícola. O vírus não causa sintomas perceptíveis nas aves caipiras, dificultando a sua detecção.

Não existe consenso entre os pesquisadores Chineses sobre a proibição permanentemente de comercialização de aves vivas. Porém, em quatro cidades (Shangai, Hangzhou, Huzhou e Nanjing) onde esta foi interrompida, pararam os casos de infecção em humanos pelo H7N9. A questão cultural, por sua vez, dificulta esta tomada de decisão, pois o consumidor chinês, geralmente, evita os produtos embalados. Na ausência de pandêmia fica dificil para o consumidor aceitar o encerramento definitivo deste tipo de mercado.

Existe a teoria de que O reservatório de H7N9 poderia estar ligado a espécies de menor representação nos mercados, como a codorna. Seis dos oito segmentos do DNA do H7N9 que Peiris chama de “motor  genético” são derivados do H9N2. Algumas cepas deste vírus, que se ligam aos receptores humanos, foram detectados em codornas, segundo Fouchier.

As codornas, que poderíam ser um reservatório para o H7N9, foram pouco testadas. Caso esta seja a origem, a possibilidade do vírus ser erradicado na fonte original seria maior, pois o foco estaria restrito a um pequeno número de pontos de venda e numa área restrita da China.

As autoridades de saúde da China estão com a expectativa da produção de vacinas para evitar um desastre, no caso de falha na erradicação e do H7N9 sofrer mutações, que facilitem a pandêmia. Os laboratórios estão trabalhando com 6 acessos do vírus, que podem ser cultivados em grande escala, como base para a produção de vacina. Enquanto os laboratórios chineses estão aguardando aprovação os fabricantes japoneses já deram inicio aos testes clínicos.

As pesquisas nos EUA e Europa se encontram mais avançadas. A Novartis anunciou que 85% dos 400 adultos, utilizados em ensaios clínicos, para testar uma vacina candidata contra H7N9, mostraram resposta imunes. Nos EUA, a Novavax também publicou resultados animadores sobre o teste de imunidade em ensaios clínicos envolvendo uma vacina contra o H7N9.
 
Informação cedida pelo pesquisador Gilberto Silber Schmidt, Labex Korea Coordinator – International Technology Cooperation Center – ITCC / Rural Development Administration – RDA