Redação (11/05/07) – A receita equivale a quase 18% sobre a obtida em 2006. Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), que divulgou nessa quinta-feira (10-05) sua Carta de Conjuntura, o valor é decorrente, principalmente, da melhora no preço da soja e do milho, além da ampliação do rendimento por hectare. "É este aumento da produtividade que dá mais um fôlego para o agricultor", explica a economista da FEE, Maria Benetti. O levantamento mostra que, na safra 2003/2004, a área plantada no Estado com os cinco principais grãos (arroz, feijão, milho, soja e trigo) era de 7.610.802 hectares e a produção de 17.451.834 toneladas. Para 2006/2007, a estimativa é de 7 milhões de hectares cultivados e uma produção de 21.860.676 toneladas.
Mas, apesar de expressivo, o valor de R$ 1,3 bilhão a mais no faturamento serve apenas para reduzir as dificuldades do setor primário. "Não estamos falando de lucro, mas do total comercializado. Daí é preciso reduzir todos os custos com a produção mais os pagamentos de débitos anteriores", diz Maria Benetti. A economista destaca a importância da renegociação da dívida do setor, cada vez mais alta.
A expectativa é que a queda dos preços dos cinco principais grãos comece a ser revertida. Uma boa cotação, aliada à desvalorização do real frente ao dólar e ao equacionamento dos débitos rurais, formaria o ambiente ideal para a retomada. "Além disso, precisamos contar com a ajuda de São Pedro", diz a economista, ao se referir às boas condições climáticas. A FEE estima que, se confirmado o cenário, o Rio Grande do Sul pode ter sua segunda supersafra do século, repetindo a colheita de 2003, que superou as 22 milhões de toneladas.
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