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Indústria de alimentos representa quase 40% das exportações de SC

Indústria catarinense de alimentos vende US$ 4,2 bilhões para 140 países

Indústria de alimentos representa quase 40% das exportações de SC

Exportação

Quando os irmãos Artêmio e Aurélio Paludo fundaram um frigorífico em Seara, um pequeno município no oeste catarinense, em 1956, juntamente com um grupo de produtores rurais, eles não tinham ideia de que sua empresa se tornaria uma das principais líderes globais na indústria de alimentos, a JBS.

Da mesma forma, o imigrante italiano Angelo Fantin, que começou produzindo trigo e depois passou a fabricar biscoitos doces e salgados com a marca Parati em 1972, em São Lourenço do Oeste, próximo à divisa com o Paraná, jamais imaginou que sua empresa viria a produzir produtos com a marca da multinacional americana Kellogg’s.

Assim, a partir de pequenos negócios familiares, a indústria de alimentos e bebidas de Santa Catarina cresceu significativamente e hoje ocupa a posição de destaque nas exportações do Estado, representando 38,4% do total, o equivalente a US$ 4,2 bilhões em vendas externas para 140 países.

O setor de alimentos e bebidas em Santa Catarina é composto por 4.291 empresas, representando 7,8% da indústria do estado. Além disso, é o segundo maior gerador de empregos, contando com 145,5 mil trabalhadores, o que equivale a 16,8% da indústria.

De acordo com o Observatório da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), seu faturamento atinge a marca de R$ 62 bilhões, correspondendo a 30% do segmento industrial.

Com os investimentos em andamento, espera-se um aumento desses números, como aponta Jorge Luiz de Lima, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav).

Segundo ele, os investimentos em modernização e ampliação de capacidade na indústria avícola e suinícola totalizaram aproximadamente R$ 4 bilhões no período de 2020-2021, e espera-se que cheguem a R$ 5 bilhões para o período de 2022-2023.

Santa Catarina é o Estado que mais exporta suínos no Brasil e ocupa o segundo lugar nos embarques de carne de frango, atrás do Paraná. “Das quatro maiores empresas do mundo em proteína animal, duas estão em Santa Catarina”, comenta Lima, citando a JBS e a BRF.

A JBS, dona da Seara, é uma das que estão ampliando a atuação no Estado. Serão investidos R$ 200 milhões em 2023, chegando a R$ 1,3 bilhão em cinco anos, sem contar a aquisição da Bunge, em 2020. A empresa está presente em 25 municípios catarinenses, emprega 25 mil funcionários em 31 unidades fabris e possui sete plantas de aves e três de suínos.

Em Itaiópolis, município da região norte, a companhia aplicou R$ 700 milhões em 2022 e 2023 em investimentos que incluem a ampliação do abatedouro e fábricas de ração.

A Seara terá 3.000 trabalhadores e, ao término dos investimentos, deverá responder por cerca de 65% da arrecadação do município, diz José Antonio Ribas Junior, diretor-executivo de agro e sustentabilidade da Seara.

“O impacto econômico da empresa no Estado é relevante e os investimentos são constantes”. O Estado é importante para a JBS, afirma o executivo, porque, entre outras razões, “gabarita” nas licenças sanitárias exigidas no exterior.

A empresa não antecipa o que está previsto em investimentos para os próximos exercícios, mas cita aportes recentes, como a instalação da terceira unidade da JBS Biodiesel, em Mafra (norte), com capacidade de produção de 370 milhões de litros por ano.

Em São Miguel do Oeste, ampliou a capacidade de processamento de suínos e, em Nova Veneza (sul), instalou o terceiro turno de abate e produção de filezinhos temperados.

A empresa montou em Florianópolis o JBS Biotech Innovation Center, voltado a tecnologias para alimentos Estão previstos US$ 60 milhões em quatro anos para o desenvolvimento de proteínas cultivadas. Nem só de carnes vive a indústria de alimentos catarinense.

Após comprar a Parati, de São Lourenço do Oeste, em 2016, a Kellogg Company modernizou a fábrica e incluiu novos itens no portfólio local. A multinacional está investindo R$ 250 milhões para dobrar a capacidade de produção da batata Pringles. As obras devem terminar em agosto. “Buscamos a liderança e estamos perto de alcançá-la”, afirma Alberto Raich, vice-presidente da Kellogg no país, a respeito do mercado de salgadinhos de batata. Com a ampliação, a empresa também consolida o Brasil como polo exportador da marca para países da América Latina.