Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Exportação da Seara cresce, mas lucro cai

O incremento nas exportações deve-se principalmente ao avanço da Seara no mercado russo.

Da Redação 14/02/2003 – Com um avanço de 38,7% nos volumes exportados em 2002, a Seara Alimentos informou aumento de 26,5% em sua receita bruta no ano passado, que alcançou R$ 1,737 bilhão. Mesmo com esse crescimento, o lucro líquido da empresa recuou de R$ 80,1 milhões, em 2001, para R$ 78,9 milhões em 2002, segundo publicou o jornal Valor Online.

O aumento nas cotações do milho no ano (de 38,8%) e a queda nos preços de carne suína no mercado russo (de 20%) – por causa da grande oferta brasileira – explicam a redução do resultado líquido, segundo o diretor-financeiro da Seara, Ivo Dreher.

Já o incremento nas exportações deve-se principalmente ao avanço da Seara no mercado russo. Só as exportações de carne suína da empresa cresceram 66,7% em volume sobre 2001, para 119,1 mil toneladas. A receita com essas vendas subiu 63,3%, para R$ 395,6 milhões. A empresa também ampliou as vendas externas de carne de frango em 28,9%, para 270,3 mil toneladas. As receitas aumentaram 37,2% para R$ 855,8 milhões.

Com o desempenho de 2002, as receitas com as exportações já respondem por 72% do faturamento total da Seara. Esse percentual era de 63% em 2001. De acordo com Dreher, a meta da empresa é atingir 75%.

O executivo acrescenta que a taxa de câmbio – que estimulou as exportações – e a redução das despesas financeiras também contribuíram para o resultado positivo em 2002. As despesas saíram de R$ 59,9 milhões, em 2001, para R$ 41,1 milhões no fim do ano passado.

“Conseguimos cortar essas despesas reduzindo os custos de captação de recursos e através de hedges financeiros”, disse o executivo.

O endividamento financeiro líquido da Seara, porém, cresceu em 2002, de R$ 330,1 milhões para R$ 494,9 milhões. Conforme Dreher, o crescimento é decorrente de recursos aplicados em estoques e capital de giro por causa do aumento da produção e das vendas.

A margem bruta da Seara caiu para 30,3% em 2002. Em 2001, ficara em 34%. Ainda assim, o número é considerado positivo diante do quadro de custos maiores e preços mais baixos.

O presidente da Seara, Júlio Cardoso, atribuiu o resultado de 2002, em grande parte, ao “último trimestre excepcional”, quando o câmbio favoreceu as exportações. No período, o faturamento da Seara cresceu 13,3%, para R$ 157 milhões. O lucro líquido subiu 88,6%, atingindo 34,9 milhões. A margem bruta foi de 34,4% ante 28,9% em 2001.