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Economia

Bovespa oscila, mas fecha estável, aos 45.821 pontos

Agroindústrias mostram recuperação, com exceção da Sadia, que caiu 3,43% ontem.

A terça-feira foi marcada pela indefinição na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), onde o preço dos ativos foi influenciado por uma série de fatores, como queda no preço das commodities, preocupação com o desenrolar do surto de gripe suína e uma tentativa de alta frustrada em Wall Street. Depois de oscilar mais de 1.100 pontos entre máxima e mínima, o Ibovespa fechou o dia estável, aos 45.821 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 4,35 bilhões.Segundo operador de mercado que prefere não se identificar, a preocupação com a gripe suína ficou em segundo plano, e o que patrocinou a recuperação das perdas do período da manhã (quando o Ibovespa chegou a perder os 45 mil pontos) foram os dados da economia americana.
Entre os indicadores do dia, o operador destaca o índice de confiança do consumidor, que deu um salto de 26,9 pontos em março para 39,2 em abril, pelos cálculos do Conference Board. A alta de 12,3 pontos foi a quarta maior já registrada em 32 anos.
O operador também aponta que o mercado passou por cima das notícias indicando que o Citigroup e o Bank of America precisarão levantar mais capital para seguir operando. O pedido teria sido feito pelo governo americano logo após os primeiros resultados dos testes de estresse, realizados para medir a resistência financeira das instituições em um ambiente econômico mais adverso.
Em Wall Street, a indefinição também foi grande, mas as vendas acabaram prevalecendo. O Dow Jones fechou o dia com perda de 0,10%, enquanto o Nasdaq cedeu 0,33%.
De volta ao âmbito doméstico, o especialista afirma que a bolsa segue em tendência de alta no curto prazo, mirando os 51 mil a 53 mil pontos. O destaque segue com o investidor estrangeiro, que no acumulado do mês até o dia 23 apresenta saldo positivo de negociação de R$ 3,49 bilhões.
O operador também ressalta que amanhã a taxa básica de juros brasileira voltará a cair e que o investidor, cedo ou tarde, vai acabar buscando rendimento na Bovespa. ” O Brasil não está acostumado com rentabilidade de 0,5% ao mês. O investidor vem para a bolsa”.
Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) apresenta sua decisão e o consenso aponta para um corte de 1 ponto percentual na Selic, que passaria de 11,25%, para 10,25% ao ano.
No âmbito corporativo, Petrobras PN garantiu alta de 0,48%, para R$ 28,83, apesar de o preço do petróleo marcar novo pregão de baixa. Limitando também as perdas do dia, Bradesco PN subiu 1,06%, a R$ 25,60, e Itaú Unibanco PN aumentou 2,17%, para R$ 28,20.
Já a ação PNA da Vale caiu 0,67%, para R$ 29,50. A mineradora anunciou uma queda de 37% na produção de minério durante o primeiro trimestre no comparativo anual. Sobre o quatro trimestre de 2008, também houve contração, de 25,9%.
Segundo o operador, alguns papéis foram alvo de realização de lucros. Entre eles, BM & FBovespa ON, que perdeu 3,78%, para R$ 8,89, com o terceiro maior volume do dia. Cyrela ON caiu 6,49%, a R$ 12,95, e Redecard ON desvalorizou 5,20%, a R$ 27,69.
Também ficou evidente, segundo o especialista, uma troca de posições, com agentes comprando ações de caráter mais defensivo e que não tinham subido tanto nos últimos dias.
As elétricas estão nesse grupo. Copel PNB ganhou 6,25%, para R$ 27,54, Eletrobrás ON avançou 4,92%, a R$ 28,75, e Cesp PNB aumentou 4,10%, fechando a R$ 16,24. Bom desempenho também para CCR Rodovias ON, que teve acréscimo de 6,21%, a R$ 26,50, e Cosan ON que ganhou 6,14%, a R$ 14,00.
No segmento de papel e celulose, Aracruz PNB garantiu o quinto dia de alta, subindo 42,55% no período. Hoje, o ativo ganhou 1,51%, para R$ 2,68. Já a ação PN da controladora VCP cedeu 0,51%, para R$ 19,40, mas ainda assim tem alta de 44% em cinco sessões.
Depois da puxada de ontem, Sadia PN caiu 3,43%, a R$ 3,93, enquanto Perdigão ON aumentou 2,07%, a R$ 31,47. Os ativos operam em destaque depois que a Perdigão anunciou a retomada das conversas para união das duas empresas.
Depois de afundar mais de 12% ontem, JBS ON passou por recuperação e teve elevação de 2,13%, a R$ 6,23. Mesmo não sendo transmitida pela carne do porco, os agentes temem uma queda acentuada de consumo do produto em função do surto de gripe suína. Tentando acalmar o investidor, a companhia afirmou que uma eventual queda da demanda por carne suína representará um aumento equivalente em carne bovina.
Fora do Ibovespa, Klabin Segall afundou 10,21%, a R$ 2,11, depois de subir mais de 30% ontem. O investidor espanhol Enrique Bañuelos de Castro e a Agra firmaram acordo para assumir o controle acionário da empresa que passa por dificuldades financeiras. Pelos termos do negócio, cada ação da Klabin foi avaliada em R$ 1,83.