Da Redação 18/07/01 11:55 – A produção brasileira de grãos na safra 2000/2001 terá uma colheita recorde de 97,4 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 17,3% ou 14,4 milhões de toneladas em relação ao ano safra anterior, anunciou hoje o ministro da Agricultura e do Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. Ao divulgar os números do 5 levantamento da safra, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) entre os dias 17 e 23 de junho em 526 municípios das regiões Centro-Sul e parte do Norte de Nordeste, Pratini de Moraes destacou o crescimento na produção de algodão e milho. No caso do algodão em pluma, a produção deverá crescer 30,8% em relação à safra 1999/2000, passando de 700,3 mil para 916 mil toneladas, com um incremento de apenas 1,7% na área plantada, que passou de 823,8 mil hectares na safra anterior para 837,9 mil hectares em 2000/2001. Há cinco anos o Brasil importava R$ 1 bilhão em algodão e esse ano exportará R$ 200 milhões, comemorou o ministro. O volume de algodão produzido nesta safra representa cerca de 93% do consumo da indústria nacional. Pratini de Moraes também destacou um aumento médio da área plantada de milho em torno de 2,5% comparativamente à safra passada. A produção do cereal crescerá 29,6%, atingindo um volume de 41 milhões de toneladas. O aumento da produtividade chega a 19%. Esse aumento é uma resposta dos agricultores aos pessimistas que apontaram que o Brasil importaria 5 milhões de toneladas de milho e, ao contrário, vamos exportar 3 milhões de toneladas esse ano. O 5 levantamento da Conab manteve a estimativa de crescimento de 1,3% na área plantada de soja, passando de 13,5 milhões para 13,6 milhões de hectares. A soja terá a maior produção de toda a história com um volume estimado de 37,2 milhões de toneladas, superior em 15,1% ao obtido na safra passada de 32,3 milhões. O ministro anunciou ainda um aumento da produção de trigo de 1,6 milhão na safra 2000/2001 para 2,8 milhões de toneladas nesta safra, o que permitirá uma redução nas importações superior a 1 milhão de toneladas. Pratini de Moreas lembrou que, a exemplo do milho e o algodão, o Ministério da Agricultura patrocinou um acordo entre toda a cadeia produtiva do trigo visando garantir preço remunerador ao setor tritícola.Pelo acordo, os moinhos pagarão ao produtor o preço internado do trigo argentino, considerando o câmbio do dia. Isso dará maior segurança ao produtor na hora da comercialização, ressaltou o ministro. Pratini de Moraes aproveitou o anúncio da estimativa da safra 2000/2001 para reforçar suas críticas aos países que subsidiam a agricultura como Japão e Estados Unidos. O Brasil é único país do mundo a registrar crescimento de 5% na agricultura durante os últimos 10 anos. Mas temos um grande desafio: vencer as crescentes distorções no mercado internacional. Não adianta festejar cifras de aumento de produção se na hora de vender temos que enfrentar países que, juntos, gastaram US$ 380 bilhões no ano passado em subsídios, disparou o ministro. Não competimos com agricultores, competimos com subsídios e estamos fazendo gestões junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) e outros foros internacionais para reverter essa situação, que prejudica não só o Brasil, mas outros países que não subsidiam a agricultura e também são penalizados com os efeitos da concorrência desleal, acrescentou.
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