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Milho transgênico brasileiro não deve enfrentar rejeição

A exemplo da soja transgênica, para o Cepea, o milho geneticamente modificado também não deve encontrar resistência no mercado doméstico.

Redação (8/4/2009) – A partir desta safra, o produtor terá segregar sua colheita, para poder negociar preços diferenciados para o milho transgênico e convencional. O novo mercado a ser explorado pelas sementes geneticamente modificadas (GM) do cereal foi avaliado pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea – Esalq/USP), Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho e Lucílio Rogério Alves. Para eles, "os resultados obtidos pelos produtores determinarão a velocidade da difusão da nova tecnologia".

A pesquisa levou em consideração as legislações vigentes em países importadores do grão e de carnes do Brasil , além dos principais segmentos consumidores de milho no mercado interno. A exemplo da soja transgênica, para o Cepea, o milho geneticamente modificado também não deve encontrar resistência no mercado doméstico "e, consequentemente das redes de comércio varejista e processadores de alimentos em relação à adoção do milho GM". Segundo o estudo, o segmento agroindustrial ligado à alimentação humana é deve ser mais sensível à introdução da nova tecnologia. Contudo, em virtude do reduzido volume demandado, "teria condições de praticar a segregação do produto se necessário para clientes dispostos a pagar um prêmio de preço para produtos com garantia de ser não GM", destacam os autores.

Quanto ao impacto nas exportações, a análise dos principais mercados mostra que a maioria dos importadores de milho do Brasil em 2007 – Irã, Coréia do Sul, Espanha -, também importam milho e soja dos Estados Unidos, onde a utilização da tecnologia GM já está consolidada, além de produzirem milho e outros produtos transgênicos, como a Espanha. O Irã possui programa de pesquisas e já utiliza o arroz GM. Estes países, portanto, já dispõem de legislação e aparato institucional para lidar com a tecnologia. No caso das exportações, Joaquim Ferreira e Lucílio Alves observam que não há nos países importadores legislação que obrigue a rotular carnes de animais alimentados com produtos GM.