Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Coamo fatura 25% mais, mas ganho segue estável

Vendas do Grupo devem chegar a R$ 4,1 bilhões; sobras, a R$ 70 milhões.

Da Redação 10/12/2004 – A Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo), que anunciou quinta-feira a antecipação de R$ 22,5 milhões das sobras para seus cooperados, deve fechar o ano com aumento de 25% em sua receita bruta, atingindo R$ 4,1 bilhão. O total das sobras a serem distribuídas, no entanto, deve ficar estável em relação a 2003, quando somou R$ 70 milhões. De acordo com o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, o volume antecipado corresponde a aproximadamente um terço das sobras previstas para distribuição aos cooperados.

O resultado do grupo deve ser afetado porque suas margens foram mais apertadas no segundo semestre em função da queda de preços dos grãos no mercado internacional e da alta de insumos como fertilizantes e defensivos.

“Este ano virou tudo de cabeça para baixo”, diz Gallassini. Além da queda dos preços dos grãos e do aumento dos insumos, ele lembra que a desvalorização do dólar também influencia os resultados.

Gallassini explica que a receita deve crescer de forma expressiva, apesar desses fatores negativos, porque quando as cotações dos grãos começaram a recuar, parte da produção tinha sido comercializada a valores mais altos. “Até junho, os preços da soja e do milho foram bons”, relembra. Essa alta decorreu da quebra da safra sul-americana, maior demanda por causa da “vaca louca” e da influenza aviária e pelo consumo chinês.

Mas a safra recorde de soja nos Estados Unidos e o aumento dos estoques mundiais derrubaram os preços, que chegaram a atingir US$ 18,50 por saca ao produtor em maio, segundo Gallassini. Hoje está em US$ 9,00 por saca no Paraná.

O presidente da Coamo admite que o faturamento da cooperativa em 2005 pode ser afetado, mesmo com uma produção maior, se o cenário de preços atuais se mantiver. O motivo é simples: a soja tem peso de 40% a 45% na receita da Coamo. Ele espera, contudo, que a cotação da soja volte à media histórica de US$ 11,20 por saca. “Ainda temos toda a safra pela frente”, comenta, referindo-se à produção brasileira, também estimada como recorde.

Os R$ 22,5 milhões que serão antecipados a partir de 14 dezembro são parte das sobras do exercício de 2004, cujo balanço sairá no primeiro trimestre do ano que vem. O valor é 20% superior ao repassado em igual época de 2003. Segundo a Coamo, o dinheiro se refere à movimentação dos cooperados na entrega da produção de milho, soja e trigo comercializados durante o ano e de parte dos insumos adquiridos pelos cooperados.