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Ceará deve receber até maio 30 mil toneladas de milho

Segundo a Conab, foi superada a dificuldade de contratação de caminhões para o transporte.

Ceará deve receber até maio 30 mil toneladas de milho

Até a primeira quinzena de maio próximo, o Ceará deve receber mais 30 mil toneladas de milho do Programa Venda em Balcão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e igual quantidade a ser doada pelo o governo federal para o governo do Estado. No total, serão 60 mil toneladas do grão. Pelo menos, essa é a expectativa dos dirigentes da companhia e de entidades de classe. No campo, os criadores enfrentam dificuldades para alimentar o rebanho de bovinos, ovinos, caprinos e suínos em decorrência da seca que se abate sobre o Estado desde 2012.

Mais 19 mil toneladas de milho estão chegando ao Estado. Desde o ano passado, que há reclamações de criadores com relação ao atraso e a quantidade insuficiente de milho para atender a demanda dos produtores rurais. Neste ano, as chuvas têm sido em menor quantidade do que 2012.

Alimentar o rebanho em um quadro de estiagem que se agrava torna-se mais dificultoso. No armazém da Conab, em Iguatu, a distribuição voltará a ser feita na próxima segunda-feira, pois a quantidade em estoque (mil toneladas) é insuficiente para atender 600 produtores cadastrados, somente neste município.

“Sabemos das reclamações e das dificuldades dos criadores e que as ações não chegam a 100 por cento”, observou o superintende da Conab, no Ceará, Agenor Pereira. “A Conab e o governo estão agindo, tentando ampliar a oferta de milho com maior regularidade nos armazéns. O nosso esforço é para não faltar o produto e acreditamos que logo a situação vai melhorar”, salientou.

Neste ano, ele acredita que o problema ocorrido em 2012 ante a dificuldade de contratação de caminhões para o transporte de milho está superado. “Houve novas contratações com o valor do frete atualizado”, explicou. “O entrave continua sendo a questão de logística, de distribuição, em decorrência da super safra de soja”.

Agenor Pereira disse que as 60 toneladas de milho serão suficientes para atender a necessidade dos criadores até o fim de maio. “Haverá novas reuniões de avaliação da necessidade”, afirmou. “Em visita a Fortaleza, em reunião com os governadores, a presidente Dilma Rousseff disse que as ações emergências não vão parar até perdurar o quadro de seca”.

O governo federal, por meio da Conab, vai doar para o governo do Ceará 30 toneladas de milho que chegarão via marítima, no Porto do Pecém. A distribuição do produto será feita por transporte ferroviário pela empresa Logística Transnordestina. Serão utilizadas as linhas Norte e Sul e haverá pontos de distribuição e vendas em 20 cidades, incluindo Fortaleza. Na linha sul, serão contempladas as cidades de Baturité, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Acopiara, Iguatu, Lavras da Mangabeira, Aurora, Missão Velha e Juazeiro do Norte. Na linha norte, os polos de distribuição serão instalados nas cidades de Croatá, Itapajé, Miraíma, Sobral, Cariré, Reriutaba, Ipu, Nova Russas e Crateús.

O governo está definindo parceria com a Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) e a Ematerce para a venda e entrega de milho, com prioridade para a agricultura familiar. É provável que ocorra sobra do produto e, nesse caso, outros produtores serão atendidos. A Secretaria de Desenvolvimento Agrário está definindo o modelo de distribuição e comercialização dos grãos.

O presidente da Federação de Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, disse que, se nos próximos 60 dias chegar o total de 60 mil toneladas de milho anunciadas pelo governo, a situação será de relativa tranquilidade. “Em Brasília, no último dia 3, discutimos na Casa Civil, o estabelecimento de uma quota mensal de 30 mil toneladas do produto. Uma quantidade quase duas vezes superior à média de 2012”, observou. “Dessa forma, haveria um relativo equilíbrio”, ressaltou.

Flávio Saboya observou que somente o milho não é a solução para evitar a morte de animais no campo, em decorrência da seca. “Os bovinos precisam de volumoso, capim, para fazer a digestão e, por isso, defendemos o projeto de plantio de forragem em áreas de perímetros irrigados e particulares”, frisou. O governo federal cedeu cerca de dois mil hectares na Chapada do Apodi para a produção de forragem e milho. “Esperamos que até setembro já possa haver produção nessa área”.

Demanda – 60 mil toneladas estão sendo aguardadas pelos produtores rurais, como uma quantidade que pode minorar as demandas do rebanho por alimento.