
A produção brasileira de ovos para consumo perdeu ritmo no terceiro trimestre de 2025, conforme dados do IBGE analisados pelo Cepea, mas segue registrando resultados positivos no acumulado do ano. Entre julho e setembro, o país produziu 1,02 bilhão de dúzias, volume 1,4% menor que o do trimestre anterior. Ainda assim, houve alta de 2,5% frente ao mesmo período de 2024, reforçando a tendência de expansão moderada do setor.
No acumulado de janeiro a setembro, a produção nacional soma 3,04 bilhões de dúzias, o maior volume da série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto. O desempenho confirma o fortalecimento estrutural da cadeia, mesmo diante de ajustes conjunturais de oferta ao longo do ano.
Pressão sobre preços dos ovos no 3º trimestre
Apesar da leve retração na produção, os preços dos ovos permaneceram enfraquecidos no mercado brasileiro durante o terceiro trimestre. Pesquisadores do Cepea destacam que a maior disponibilidade do produto e a demanda ainda ajustada pressionaram as cotações.
Entre julho e setembro, o preço médio dos ovos brancos tipo extra, FOB Bastos (SP), ficou em R$ 149,15 por caixa de 30 dúzias, representando queda real de 14% em relação ao trimestre anterior — valores deflacionados pelo IGP-DI de novembro/25.
No caso dos ovos vermelhos, a desvalorização foi ainda mais expressiva: 16% de queda real, com média de R$ 164,45 por caixa na principal região produtora paulista.
Cenário e tendências para a avicultura de postura
A combinação entre produção ainda elevada e consumo doméstico em ritmo mais moderado tem mantido os preços pressionados, mesmo diante da desaceleração da oferta. Para o setor, os dados reforçam a necessidade de:
- Ajustes finos na produção para equilibrar mercado;
- Acompanhamento da demanda interna, especialmente no final do ano;
- Monitoramento de custos de insumos, que seguem influenciando margens;
- Avaliação de oportunidades de exportação, ainda tímidas, mas crescentes no segmento.
Com o recorde estabelecido no acumulado até setembro e a expectativa de estabilidade na demanda, o setor de postura brasileiro deve encerrar 2025 com alto volume produzido, porém com preços sob pressão, exigindo maior estratégia comercial dos produtores.











