Em um desdobramento chocante da crise da gripe aviária que assola o Rio Grande do Sul, o Tribunal de Justiça (TJ) do estado concedeu um ultimato de 48 horas ao governo gaúcho para prestar explicações detalhadas sobre as misteriosas mortes de aves no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. A decisão judicial, que ecoa a crescente preocupação pública e de entidades protetoras dos animais, atende a uma ação civil pública movida pela ONG Princípio Animal.
A determinação do TJ exige que o Estado do Rio Grande do Sul apresente uma série de documentos e informações determinantes. Entre as exigências, está uma relação nominal e com identificação por espécie de todos os animais mortos no zoológico, laudos técnicos irrefutáveis que comprovem a causa dessas mortes – com foco na infecção pelo vírus da gripe aviária –, e uma descrição minuciosa dos protocolos de biossegurança e isolamento sanitário que foram implementados. Além disso, o governo deve fornecer todos os registros de controle sanitário, clínico e zootécnico dos 30 dias que antecederam os óbitos das aves.
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A quantidade crescente dos animais vitimados no Zoológico já passam de cem, de acordo com a Sema (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura), e é um dos pontos centrais da investigação judicial.
Este mandado judicial surge em um momento de alta tensão, com a confirmação de casos de gripe aviária em granja comercial no estado, o que gerou restrições à exportação de carne de frango brasileira por parte de países como a China. A morte de cisnes e patos no zoológico de Sapucaia do Sul levantou um alerta ainda maior, com suspeitas crescentes de que a doença se alastrou para o ambiente silvestre e para recintos controlados como os zoológicos.
A ação da ONG Princípio Animal não se limita apenas às explicações sobre as mortes. Na mesma ação civil pública, a entidade conseguiu a suspensão de um leilão de 179 animais domésticos que pertenciam ao zoológico, programado para o início deste ano. A justificativa para a suspensão está na necessidade de garantir a segurança sanitária dos animais e prevenir qualquer risco de disseminação da doença para outras regiões ou populações de animais.
A população gaúcha e as autoridades sanitárias aguardam com apreensão as respostas do governo, que terão impacto direto na percepção da eficácia das medidas de controle e prevenção da gripe aviária no estado. A transparência e a agilidade na apresentação das informações serão importantes para restaurar a confiança e garantir a proteção da saúde animal e pública.
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