Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Gripe aviária pode prejudicar seriamente o combate à Aids

<p>O risco de uma pandemia de gripe aviária não apenas representa uma crise sanitária mundial, mas poderá prejudicar seriamente os esforços para o combate a um mal mais grave, que continua a atingir grandes populações do mundo, sobretudo no sul da África, a Aids.</p>

Redação AI (21/11/05) – Segundo o diretor executivo do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), Peter Piot, a batalha contra a propagação da gripe aviária, que já matou 67 pessoas entre 130 infectados na Ásia, poderá desviar recursos vitais destinados à luta contra a Aids. Em uma conferência da ONU realizada em setembro deste ano, líderes mundiais adotaram o ano de 2010 como meta para que todos os doentes de Aids tenham acesso a remédios antiretrovirais. 

“Se houver uma grande epidemia de gripe aviária provavelmente essas esforços serão prejudicados”, disse Piot. 

O especialista lembrou que o número de casos de Aids continua a aumentar de forma alarmante no sul da África, a região mais atingida no mundo, sem dar mostras de que diminuirá a médio prazo. Também chamou a atenção para o número crescente de casos de Aids na Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas. 

No começo do mês, especialistas aprovaram um plano de US$ 1 bilhão para conter a propagação da gripe aviária. “Estou convencido de que isso causará um impacto no leste e no sudeste da Ásia. O dinheiro precisa vir de algum lugar e, por isso, os programas de Aids correm risco”, afirmou. 

De acordo com uma estimativa da ONU, mais de 80 milhões de africanos morrerão de Aids até 2025 e o vírus HIV poderá atingir 10% da população do continente, que tem atualmente 25 milhões de infectados. O país mais atingido no mundo hoje pela Aids é a África do Sul, que tem 5 milhões de infectados numa população de 45 milhões. 

Reunidos na Coréia do Sul, os 21 líderes da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) concordaram que é preciso intensificar a cooperação no combate à gripe aviária. Entre as medidas aprovadas está a realização de uma simulação em 2006 para testar a capacidade global de reação a uma pandemia.