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Avaliação da utilização de óleos essenciais de canela, orégano e eucalipto via água de bebida para frangos de corte

A utilização de aditivos via água de bebida tem sido uma alternativa emergente na avicultura, visto que permite a prática inclusão de outras moléculas ou mesmo nutrientes em determinadas fases de vida do animal, podendo corrigir algum desequilíbrio ligados aos aspectos nutricionais ou mesmo à saúde intestinal

Avaliação da utilização de óleos essenciais de canela, orégano e eucalipto via água de bebida para frangos de corte

Antimicrobianos são fármacos com ação para o combate de diversas doenças que acometem as espécies. Na produção animal são utilizados de maneira terapêutica, profilática e promotora de crescimento, que é um dos mais utilizados na avicultura.

No entanto, o uso indiscriminado de antimicrobianos na produção de frangos de corte toma destaque mundial, principalmente no setor avícola. No entanto os antibióticos promotores de crescimento geram organismos resistentes a antibióticos. (Muro et al 2015). Isso permite seu crescimento, multiplicação e apresentam um risco potencial para a saúde do consumidor.

Devido a isso se faz necessário o desenvolvimento de alternativas que possam mitigar a utilização de antimicrobianos sem causar impacto no desempenho produtivo dos lotes.

A utilização de óleos essenciais busca o controle de microrganismos patogênicos, saúde da flora intestinal e um bom desempenho produtivo.

Os óleos essenciais, incluindo carvacrol (oriundo do orégano), e cinamaldeído (extraído da canela), são substâncias que possuem atividade antimicrobiana e, portanto, pode substituir à base de antibióticos promotores de crescimento. (Petrolli et al. 2012, Galli et al. 2020, Liu et al. 2019). Além de possuir ações antioxidantes, anti-inflamatórias e propriedades analgésicas (Suntres et al. 2015).

A utilização de aditivos via água de bebida tem sido uma alternativa emergente na avicultura, visto que permite a prática inclusão de outras moléculas ou mesmo nutrientes em determinadas fases de vida do animal, podendo corrigir algum desequilíbrio ligados aos aspectos nutricionais ou mesmo à saúde intestinal.

Devido aos óleos essenciais estarem muitas vezes na forma liquida os mesmos podem ser adicionados via água de bebida, através da adição em conjunto de um emulsificante.

Óleo de canela (Cinnamomum zeylanicus) está entre os óleos essenciais mais importantes no mercado mundial. A canela é utilizada mundialmente na culinária e perfumaria devido às suas propriedades oriundas do cinamaldeído. O cinamaldeído possui atividade antimicrobiana devido à sua lipofilicidade de terpenóides e fenilpropanóides que atravessam a membrana, alcançam o interior das células e danificam o sistema enzimático bacteriano (Wang et al., 2009).

O óleo de orégano (Origanum vulgare), possui dois componentes, o carvacrol e o timol que de acordo com Aeschbach et al. (1994), agem sobre a membrana celular bacteriana inibindo a divisão mitótica, causando desidratação nas células, impedindo a sobrevivência de bactérias patogênicas.

Efeitos anti-inflamatórios também são relatados através da inibição da secreção de citocinas liberadas por endotoxinas presente na membrana na parede celular da maioria das bactérias Gram negativas, (Liu et al 2019). Ainda, segundo Zeng et al. (2015), o carvacrol possui efeitos sob aflora intestinal, pois é capaz de manter o equilíbrio e estimular a mucosa intestinal para aumentar a mitose em criptas de vilosidades, aumentando o número de células e consequentemente aumentando tamanho das vilosidades, resultando em nutrientes melhorados absorção.

Já o óleo essencial de eucalipto (Eucalyptus globulus) possui moléculas ativas, como mentol e 1,8-cineol, que podem gerar sensação de frescor, estimulação do sistema imunológico, inibição de respostas inflamatórias e efeito antimicrobiano (Rehman et al., 2013). Awaad et al. (2010) destacaram os efeitos antimicrobianos e imunoestimuladores do óleo de eucalipto no trato respiratório das aves, melhorando as respostas imunes e reduzindo a incidência de agressão da mucosa no trato respiratório de galinhas.

Leia o artigo completo na edição 1322 da Revista Avicultura Industrial