Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Republica Dominicana

Alta dos preços dos alimentos na República Dominicana atinge os bolsos dos consumidores

Assim como em outros países, a inflação dos últimos meses foi resultado da crise sanitária, aliada ao aumento dos preços de alguns bens primários, como trigo e soja, e também do petróleo nos mercados internacionais.

Alta dos preços dos alimentos na República Dominicana atinge os bolsos dos consumidores

O aumento dos preços dos alimentos na República Dominicana atinge os bolsos dos consumidores. Os preços da farinha de milho, óleo de soja, carne bovina e ovos são alguns dos produtos da cesta básica familiar que tiveram aumentos de até 32% no ano passado, segundo o Ministério da Indústria e Comércio.

Assim como em outros países, a inflação dos últimos meses foi resultado da crise sanitária, aliada ao aumento dos preços de alguns bens primários, como trigo e soja, e também do petróleo nos mercados internacionais. Este último fator tem sido o gatilho para aumentos significativos na cesta básica, indicou o Banco Central da República Dominicana.

E agora há a invasão russa da Ucrânia, os maiores produtores de trigo do mundo. Juntos, eles representam 29% de todas as exportações mundiais deste cereal.

O relatório mensal do Banco Central da República Dominicana indica que a inflação anual entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022 foi de 8,98%; enquanto o núcleo de inflação (indicador mais preciso que mostra a variabilidade dos preços ao consumidor no curto prazo) anualizado ficou em 6,97% em fevereiro de 2022.

Preços do petróleo caem 30% em uma semana.

De fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022, o preço da farinha de milho aumentou 32,70%, óleo de soja 32,30%, arenque 26,40%, carne bovina cerca de 22% e ovos 6%, segundo dados do Banco Central.

O impacto dos aumentos pode ser percebido quando se leva em conta que o salário mínimo na República Dominicana no setor privado varia entre US$ 234 e US$ 382 por mês, segundo dados do Poder Executivo.

A cesta básica mais simples custa US$ 436,20, segundo cálculos do Banco Central.

Para muitos dominicanos, os números não somam mais: em um ano, 15 dos 24 produtos da cesta básica que o Ministério da Indústria e Comércio monitora aumentaram de preço.

Preços forçam a substituir alimentos

O preço atual de produtos como arroz, feijão e carne de frango obrigou os pais, moradores dos setores El Café e Buenos Aires de Herrera da capital dominicana, a aumentar seu orçamento diário para comprar alimentos.

“Já chegamos a um extremo em que temos que deixar até 800 pesos (US$ 15) para comida, porque imagine água, café, açúcar, sabão, feijão”, disse o padre Juan Ortega.

Esses produtos podem subir de preço devido ao ataque da Rússia à Ucrânia.

No último ano, arroz, ovos, frango, pão, açúcar branco e creme de leite aumentaram entre US$ 0,18 e US$ 0,50.

O governo busca amenizar os aumentos subsidiando importações de até 10% por um período de seis meses em produtos como combustíveis e também em outros altamente afetados pelo mercado como milho, trigo, soja, farinhas e gorduras.

Acordo para manter certos preços por pelo menos 45 dias

Nesta quinta-feira, o ministro do Ministério da Indústria, Comércio e Mipymes (MICM), Víctor Bisonó, anunciou em entrevista coletiva que chegou a um acordo com as empresas de moagem de farinha de trigo para manter os preços do pão, farinha e massas por menos 45 dias.

“Este acordo com o setor de farinhas é um passo decisivo para garantir o acesso a produtos essenciais, sem deixar de buscar preços justos na medida do possível neste complexo contexto global”, disse Bisonó.

Por sua vez, o ministro da Agricultura, Limbert Cruz, destacou que chegaram a um acordo com as fábricas e produtores de arroz para manter a estabilidade dos preços do produto até o final do ano, além do fato de o governo possui um estoque de segurança superior a quatro milhões de quintais de arroz, para garantir o abastecimento do consumo por quatro meses.