
A suinocultura da região Oeste do Paraná, historicamente reconhecida como um dos polos mais produtivos do país, enfrenta um momento decisivo. A combinação entre a saturação do solo por nutrientes e a dificuldade na sucessão familiar nas propriedades rurais acendeu um alerta sobre a sustentabilidade da atividade a longo prazo. Para enfrentar esses gargalos, a Câmara de Vereadores de Toledo realizará uma audiência pública nesta quarta-feira, 27 de novembro, às 14h, reunindo produtores, especialistas, representantes do Ministério Público e lideranças do setor.
Toledo, que lidera o ranking estadual do Valor Bruto da Produção (VBP) há 12 anos, tem na suinocultura 42% de sua força econômica. No entanto, o vereador Chumbinho Silva, vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, alerta para um risco real de retração. Segundo ele, o solo da região não comporta mais a carga atual de dejetos, ricos em fósforo e nitrogênio, o que impede a expansão dos plantéis e gera preocupação na indústria que depende dessa matéria-prima. O debate buscará soluções tecnológicas, como pesquisas da Unioeste focadas na transformação de resíduos em biometano e água de reuso, além da apresentação de veículos híbridos que utilizam o biogás, reduzindo custos logísticos e ambientais.
Além do desafio ambiental, o setor vive um impasse social: a falta de mão de obra qualificada e a ausência de sucessores. A atividade suinícola, que demanda manejo intensivo e diário, perde atratividade para as novas gerações em comparação com a agricultura de grãos, altamente mecanizada, ou com carreiras urbanas. O presidente da comissão, vereador Bruno Marcos Raduns, reforça que a audiência também abordará problemas infraestruturais, como a instabilidade no fornecimento de energia elétrica, vital para a climatização das granjas, visando construir estratégias conjuntas para garantir a permanência e a competitividade do produtor no campo.
Referência: O Paraná












