
As consequências dos recentes surtos de gripe aviária na Lituânia e na Polônia continuam a reverberar no mercado regional de ovos, com agentes locais alertando para a possibilidade de uma nova crise.
Embora os preços dos ovos no varejo na Lituânia tenham subido moderadamente, os preços no atacado estão registrando um crescimento de dois dígitos, conforme revelou Aleksandrs Izgorodins, analista do Citadele Bank. Essa disparidade sugere que as empresas ainda não repassaram totalmente o aumento dos custos aos consumidores, em parte devido a uma demanda relativamente fraca. Contudo, essa tendência é insustentável a longo prazo; se os preços no atacado continuarem subindo, um novo aumento nos preços de varejo será inevitável.
Oferta Escassa e Desafios da Transição para Criação ao Ar Livre
A situação de preços no mercado de ovos da região do Báltico é impulsionada principalmente por temores de escassez, decorrentes da morte de centenas de milhares de galinhas na Lituânia e milhões na Polônia devido aos recentes surtos de gripe aviária. Gytis Kauzonas, diretor da Associação Avícola da Lituânia, assegura que o país ainda consegue atender à sua demanda interna, com capacidade para produzir de 800 a 880 milhões de ovos em 2025. A Lituânia, inclusive, exporta um volume significativo de ovos e produtos processados para outros países da Europa, América e Japão.
Apesar disso, a situação de abastecimento na região do Báltico permanece desafiadora. Kauzonas destacou que, nas últimas semanas, a Polônia perdeu quase 7 milhões de galinhas, o dobro do número total de aves na Lituânia. No início do ano, a granja avícola Vilkyčių paukštyne, na Lituânia, foi atingida pela gripe aviária, resultando no sacrifício de 246.000 galinhas.
Nesse contexto, o Comitê de Assuntos Rurais do Riigikogu (Parlamento da Estônia) retomou as discussões sobre um projeto de lei que proíbe a criação de galinhas em gaiolas após 2035. Os legisladores estonianos recomendaram que os produtores de ovos migrem voluntariamente para a criação ao ar livre. Os agricultores, por sua vez, solicitaram auxílio estatal para facilitar essa transição e evitar que ela pressione ainda mais os preços em um mercado já turbulento. As autoridades estonianas esperam que a transição possa ser financiada com fundos da União Europeia.
Urmas Kruuse, presidente do comitê de vida rural, observou que o número de galinhas poedeiras na Estônia é pequeno, representando apenas 0,2% do total na UE, e que, se uma transição desse tipo for decidida em nível europeu, a União terá que encontrar meios de apoiá-la.
Referência: Poultry World











