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Agroindústrias

BRF tem prejuízo de R$ 1 bilhão

Piora nas margens para exportação de frango pressionou companhia

BRF tem prejuízo de R$ 1 bilhão

Pressionada pela piora nas margens para exportação de frango, a companhia de alimentos BRF registrou prejuízo líquido de R$ 1,02 bilhão no primeiro trimestre deste ano.

A perda foi 35% menor do que a do mesmo período de 2022, quando chegou a R$ 1,58 bilhão. Para os próximos meses, a empresa tem expectativa de melhorar seus resultados. A recuperação, diz a companhia, ocorrerá graças à queda das cotações dos grãos, principalmente o milho usado na ração, e à reação do valor da carne exportada.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da BRF, que foi de R$ 121 milhões no primeiro trimestre do ano passado, passou a R$ 607 milhões no intervalo de janeiro a março de 2023.

A receita líquida, por sua vez, cresceu 9,4%, para R$ 13,2 bilhões. Já a receita operacional líquida da operação no Brasil subiu 9,1%, para R$ 6,42 bilhões. “O Brasil foi muito bem, e o mercado internacional sofreu com margens negativas em virtude da sobreoferta de frango. Todo o setor sofreu com preços externos deteriorados”, disse a jornalistas o CFO da companhia, Fabio Mariano.

O Ebitda ajustado da operação brasileira saiu de R$ 377 milhões negativos no primeiro trimestre do ano passado para R$ 513 milhões positivos no intervalo de janeiro a março de 2023.

Por outro lado, no segmento internacional, o Ebitda ajustado saiu de R$ 426 milhões positivos para R$ 106 milhões no vermelho. Mariano disse, no entanto, que os preços dos pedidos de exportação para abril e maio dos principais cortes negociados pela empresa já mostraram recuperação contundente. Isso ocorreu principalmente no segmento de frango, em que ocorreu a sobreoferta global no início do ano que pesou sobre o resultado líquido da empresa no primeiro trimestre. Ele destacou ainda que há oportunidades para expansão no mercado internacional. “É muito importante a gente aproveitar as oportunidades para que tenhamos novos mercados e outros destinos de venda”, disse Mariano.

Além disso, o Brasil está em pleno desenvolvimento da segunda safra de milho 2022/23, com expectativa de colheita volumosa, o que pressiona o valor do grão, segundo o CEO da BRF, Miguel Gularte. “Nós nos preparamos para capturar a oportunidade de queda nos grãos, e isso vai aparecer nos resultados dos próximos trimestres”, afirmou o executivo a jornalistas em videoconferência. Ele ressaltou que já é possível encontrar milho perto de R$ 30 por saca em alguns Estados brasileiros, “um valor que tem impacto muito grande na nossa cadeia e nas margens dos nossos produtos”.

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que o cereal chegou a superar R$ 100 por saca de 60 quilos no primeiro trimestre de 2022 e passou todo o último acima de R$ 80.

Gripe aviária

Gularte disse que a BRF não se surpreendeu com a notícia de que as autoridades sanitárias confirmaram dois casos de gripe aviária em aves silvestres.

Os animais foram encontrados no litoral do Espírito Santo. “Isso já vem sendo discutido há muito tempo”, afirmou o executivo. Ele disse que o posicionamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) foi muito esclarecedor, indicando que os casos não devem trazer consequências para a avicultura comercial.

Mais cedo, a entidade informou em nota que foi confirmada a existência de caso de influenza aviária de alta patogenicidade em aves marinhas migratórias no Brasil.