Redação (09/10/2008)- Considerando os três segmentos do setor carnes – bovinos, suínos e frango -, o diretor técnico de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, diz que o que tende a ser mais afetado pela crise financeira global, já considerada a maior desde o crash de 1929, é o segmento de frango.
"A avicultura, que mostra produção bastante elevada na projeção para 2009 e dependerá de uma grande demanda interna e externa para escoar a produção, tende a ser a mais afetada, a princípio", analisa o diretor, observando que os efeitos serão sentidos mais em 2009 do que neste final de 2008.
No que se refere ao boi gordo, o analista diz que se a demanda mundial não evoluir e se a demanda interna se acomodar, há risco de perda de valor nos preços do boi no mercado interno. No curtíssimo prazo, o cenário é de valorização.
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"O quadro é de suporte para os preços do boi gordo nos próximos dias, devido à desvalorização do real. Isso pode ajudar a puxar os negócios de exportação e colaborar para escoar a oferta de gado confinado que chega ao seu pico neste mês de outubro. Os preços devem seguir a linha da crise", antecipa o analista de SAFRAS & Mercado.
Molinari entende que a escassez de crédito poderá afetar o mercado de várias formas, a começar pela demanda geral da economia brasileira, com redução das vendas no comércio, desaceleração da produção e aumento do desemprego. Consequentemente, haverá perda de potencial de consumo no setor carnes e depois, no mercado internacional, visualiza o analista de SAFRAS.
"A crise de crédito, e portanto, as linhas de financiamento externo estão comprometidas e precisam ser retomadas para financiar as exportações. Sem financiamento, alguns mercados podem não ser atingidos, o que reduz o potencial de vendas externas", avalia.
