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AGROINDÚSTRIAS

Com menos intermediários, indústria de alimentos vem transformando a relação com os consumidores

Estratégias D2C refletem a busca por maior proximidade com o consumidor

Com menos intermediários, indústria de alimentos vem transformando a relação com os consumidores

Quando abordamos a interação entre o consumidor e a produção de alimentos, é evidente a existência de uma barreira que separa esses dois universos. No entanto, o cenário está passando por transformações significativas com a implementação de estratégias que buscam aproximar a indústria dos consumidores. O objetivo central dessas iniciativas é proporcionar uma experiência mais próxima e significativa ao consumidor, promovendo uma conexão mais direta entre o processo de produção de alimentos e aqueles que os consomem.

Estratégias para aproximar do consumidor

E esse interesse é notável, marcas que faziam apenas parte da indústria e dependiam de uma ponte para sua comercialização, cada vez mais buscam quebrar essa barreira e se aproximam do consumidor final, o chamado D2C (Direct-to-Consumer). Neste modelo de negócio, as empresas vendem produtos diretamente aos consumidores, sem a necessidade de intermediários, como varejistas, distribuidores ou revendedores tradicionais. Nesse modelo, as empresas têm controle total sobre a produção, marketing, vendas e distribuição de seus produtos, estabelecendo uma conexão direta com os clientes.

Com 600 lojas próprias distribuídas entre estabelecimentos físicos, móveis e unidades de varejo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal, a Swift, adquirida pela JBS em 2017, exemplifica a crescente adoção do modelo D2C. O diretor de Marketing da marca, Marcos Carvalho, destaca que essa estratégia garante à Swift uma experiência mais personalizada e efetiva para seus clientes.

“A Swift tem como um de seus pilares ser “Seu Chef” que tem como premissa oferecer um atendimento especializado. Os profissionais que atendem nas lojas da marca são capacitados para tirar dúvidas dos clientes e dar dicas sobre o preparo de pratos. Com esse relacionamento direto, é possível identificar as preferências do cliente e oferecer ofertas, promoções e benefícios direcionados para atender às necessidades dele.”

Busca por experiência do consumidor

Outro exemplo aplicado é o  Restaurante Seara Gourmet The Experience, localizado na área de embarque do terminal 2, do aeroporto de Guarulhos (SP), inaugurado em  22 de novembro. À imprensa, Tannia Fukuda, diretora de Marketing da Seara comenta que a implantação de uma loja física da marca não é só uma forma de comercializar produtos, mas de criar mais um meio de conexão com o cliente.

“Para nós, esse é um movimento importante da marca e do negócio. Sabemos da importância do Food Service para uma experiência completa de marca, que envolve desde um menu elaborado por chefs à um excelente atendimento e hospitalidade. O consumidor está ávido por novidades e quer ter boas experiências no consumo fora do lar, principalmente em um momento de lazer com a família, ou viagem de negócios”, afirma Joice Fernandes, Diretora da Seara Food Solutions.  

Modelo de franquias também está em expansão

A Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) apresentou uma alta de 11,8% no segmento de alimentação, tendo como principais razões para o bom desempenho fatores econômicos e de mercado e um maior engajamento nas lojas físicas. O resultado coloca o setor em quarto lugar entre os que mais crescem em franquias.

“Nos últimos anos, cada vez mais setores da economia têm enxergado no franchising uma oportunidade de crescimento ágil, controlado e com menor necessidade de capital. A agroindústria também se integra a esse movimento“, explica a diretora-executiva da ABF, Fabiana Estrela. Quanto à procura por modelos de franquias, Fabiana destaca o grande interesse dos empreendedores, sublinhando que o franchising oferece um modelo testado e formatado, compartilhamento de recursos e supervisão de um empreendedor mais experiente.


“O franchising não apenas vende, como forma e fortalece uma marca com valores intangíveis, o que dá margem a uma lucratividade maior”
diretora-executiva da ABF, Fabiana Estrela

As mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros e o desejo deles de estarem mais próximos das marcas oferecem a oportunidade para esse relacionamento mais direto por meio do modelo de negócio D2C. A diretora-executiva da ABF reforça este pensamento ao ponderar o papel da comunicação com o consumidor final nas franquias. “A comunicação muda de patamar, pois, além dos meios massivos e digitais você tem um representante na ponta que faz o atendimento final, ou seja, possibilita um outro grau de relacionamento. E, sim, o franchising não apenas vende, como forma e fortalece uma marca com valores intangíveis, o que dá margem a uma lucratividade maior”, esclarece. A agroindústria também está presente nesse movimento, com pelo menos cinco redes identificadas pela ABF, totalizando cerca de 90 unidades em operação.

Durante o Congresso de Expansão de Redes realizado  pela ABF, um dos cases de sucesso apresentados foi a expansão da Casa Bauducco. O D2C tornou-se um novo pilar para a empresa, que já é considerada a 3ª mais consumida no Brasil, sendo dois milhões de produtos consumidos por ano. Atualmente, a Bauducco consiste em: Loja de fábrica, Loja de marca, E-commerce, loja sazonal e clube de compras por assinatura) e a Casa Bauducco.

A marca visa alcançar em 5 anos o montante de 500 lojas no modelo Casa Bauducco.