Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 67,52 / kg
Soja - Indicador PRR$ 134,57 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 140,08 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,72 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,86 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,41 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,27 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,37 / kg
Ovo Branco - Regional Gande São Paulo (SP)R$ 137,33 / cx
Ovo Branco - Regional Grande BH (MG)R$ 137,59 / cx
Ovo Vermelho - Regional Gande São Paulo (SP)R$ 147,67 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande BH (MG)R$ 149,53 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 129,15 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 140,75 / cx
Frango Congelado - Indicador SPR$ 8,05 / kg
Frango Resfriado - Indicador SPR$ 8,04 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.192,33 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.042,79 / t
Ovo Vermelho - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 145,04 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 134,51 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 127,01 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 145,98 / cx

Comentário B&B

Economia mais eficiente desperdiça menos recursos - por Ricardo Ernesto Rose

País continua perdendo dezenas de bilhões de reais por ano, desperdiçando água, eletricidade, matérias primas e mão-de-obra.

Economia mais eficiente desperdiça menos recursos - por Ricardo Ernesto Rose

Foi apenas a partir da maior abertura da economia brasileira para produtos estrangeiros, no final dos anos 1980, que as empresas nacionais começaram a sentir a pressão da competição. Antes disso o mercado interno era bastante fechado para produtos importados, que só chegavam ao consumidor incorporando altos impostos de importação, além de taxas portuárias, despesas aduaneiras e outros custos. A situação era mais ou menos a seguinte: empresas (nacionais e multinacionais) estabelecidas no Brasil fabricavam produtos com pouca inovação tecnológica, baixa qualidade a custos relativamente baixos. Por parte da maioria das empresas, os investimentos em pesquisa (P&D), capacitação de mão de obra eram muito baixos. Além disso, com a ausência de uma efetiva concorrência – já que muitos setores eram oligopolizados – os produtos nacionais não tinham uma boa relação custo-benefício. Para completar o quadro, ainda não havia uma legislação protegendo o consumidor, criada em 1991.
Outro aspecto era a inflação. As altas taxas de desvalorização da moeda dificultavam o cálculo dos efetivos custos de produção. Com isso, a implantação de eventuais medidas de eficiência no processo produtivo tinha um impacto muito reduzido na competitividade final do produto. Foi somente a partir da introdução do Plano Real, com a quebra da curva inflacionária, que as empresas puderam avaliar melhor suas planilhas de custos e introduzir medidas de eficiência. 

No início dos anos 1990 ocorrem diversas mudanças na economia mundial e brasileira. No Brasil, com a abertura da economia, são eliminados ou reduzidos impostos de importação, fazendo com que produtos fabricados no exterior se tornassem mais acessíveis do que similares nacionais – isto antes que a China se tornasse o grande exportador para todo o mundo. Outro aspecto foi a entrada de empresas estrangeiras no mercado brasileiro, utilizando modernas tecnologias de fabricação.  O setor industrial e de serviços brasileiro se modernizava e nessa época se tornaram comuns as normas de qualidade da série ISO 9000 e ambientais da série ISO 14000.
Nos últimos vinte anos a economia teve grandes avanços em grande parte devidos ao fomento da competição. Os diversos setores da economia avançaram na melhoria da eficiência e no uso racional dos recursos. No entanto, muito ainda resta por fazer. Ainda hoje, em todas as atividades – agricultura, indústria, construção e comércio – o país continua perdendo dezenas de bilhões de reais por ano, desperdiçando água, eletricidade, matérias primas e mão-de-obra. A perda de recursos, além de encarecer o produto ou o serviço, faz com que sejam necessários volumes crescentes de matérias primas e materiais – que direta ou indiretamente vem da natureza – o que aumenta cada vez mais o impacto ambiental das atividades econômicas.
A competição entre as empresas, a criação de leis protegendo o consumidor e o meio ambiente; o investimento em inovação e capacitação de funcionários; são fatores que aumentarão a eficiência da economia e do uso de recursos.  No entanto, é preciso que o governo também faça a sua parte, investindo em infraestrutura e melhorando o sistema tributário e legal, facilitando o funcionamento das atividades econômicas – já que uma economia mais eficiente provoca menor desperdício de recursos naturais.

Ricardo Ernesto Rose
Jornalista, graduado em filosofia e pós-graduado em gestão ambiental e sociologia. Desde 1992 atua nos setores de meio ambiente e energia na área de marketing de tecnologias. É diretor de meio ambiente da Câmara Brasil-Alemanha e editor do blog “Da natureza e da cultura” (
www.danaturezaedacultura.blogspot.com)