Indonésia investe US$ 1,2 bilhão para ampliar produção de ração avícola e estabilizar mercado

A Indonésia anunciou um plano estratégico de grande envergadura para fortalecer sua segurança alimentar e a cadeia de proteína animal. O governo planeja investir US$ 1,2 bilhão na construção de uma rede de novas fábricas de ração, com o objetivo de impulsionar a produção de nutrição avícola e atender à demanda crescente projetada para 2026. A iniciativa, que poderá contar com financiamento da agência estatal de gestão de investimentos Danantara, busca não apenas aumentar o volume produzido, mas também corrigir desequilíbrios logísticos regionais e estabilizar os preços para produtores e consumidores finais.

O cronograma do projeto prevê duas fases de implementação, com o início das obras agendado para 2026. A primeira etapa selecionará 12 locais estratégicos, seguida pela construção de outras 18 unidades fabris. A distribuição geográfica priorizará regiões que enfrentam escassez crônica de insumos, como Kalimantan, Sulawesi e Papua, em detrimento de áreas já saturadas como Java e Sumatra. Paralelamente à infraestrutura, o Ministério da Agricultura indonésio pretende intervir na regulação do mercado, estabelecendo um preço fixo de compra do milho para os agricultores e um teto de preço no varejo para os pecuaristas, visando proteger a margem de quem produz.

As projeções oficiais indicam um salto expressivo nos indicadores do setor. Tri Melasari, Diretor de Ração Animal da Diretoria Geral de Produção Pecuária e Saúde Animal, estima que a produção nacional de ração subirá para um patamar entre 35 e 40 milhões de toneladas em 2026, um avanço considerável frente às 26 a 28 milhões de toneladas de 2024. Esse aumento é necessário para sustentar um plantel avícola que deve atingir até 5 bilhões de cabeças, englobando frangos de corte e poedeiras. A demanda específica por nutrição é calculada em 15,6 milhões de toneladas para o segmento de corte e 20,2 milhões de toneladas para a postura comercial. Contudo, o sucesso do plano permanece atrelado à dinâmica dos preços internacionais do milho e às tensões comerciais globais, como a relação entre EUA e China.