
Iniciativas de enriquecimento ambiental em galpões avícolas têm ganhado espaço como forma de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das aves, mas, segundo especialistas, é fundamental compreender o que realmente constitui um enriquecimento eficaz.
Durante o Simpósio CFAW 2025, promovido pela Divisão de Agricultura da Universidade do Arkansas, em 2 de outubro, a veterinária Kate Barger, consultora principal da KB Welfare Consulting, destacou que o sucesso dessas práticas depende de uma análise criteriosa do comportamento e das necessidades biológicas das galinhas.
“Precisamos considerar a biologia e a fisiologia da ave, sua conformação, idade e segurança”, explicou Barger. “Antes de introduzir um enriquecimento, devemos perguntar: as aves vão usar? Como e quando? Por que acreditamos que estão utilizando? Elas não nos dizem diretamente, mas é nosso papel observar e interpretar essas respostas para entender os reais benefícios.”
A veterinária relembrou práticas antigas, quando produtores penduravam objetos brilhantes, como CDs ou parafusos, acreditando estimular as aves. No entanto, observou-se que, na maioria dos casos, os animais ignoravam completamente os itens. O mesmo ocorreu com fardos de feno ou barras para empoleiramento, que muitas vezes não eram utilizados.
Segundo Barger, a abordagem moderna exige uma avaliação contínua da interação das aves com os enriquecimentos. “Não basta colocar algo no galpão e supor que está funcionando. É preciso questionar por que e como as aves interagem – ou não – com esses objetos”, afirmou.
Ela reforçou ainda que a experimentação é positiva, mas deve ser pautada pela lógica e observação prática. “É ótimo tentar coisas novas, mas também temos que pensar no que realmente faz sentido”, concluiu.
Referência: WattPoultry