Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Exportação

Brasil irá à OMC contra restrições impostas pela Arábia Saudita a exportações de frango

Atitude surpreendeu frigoríficos brasileiros, mas existe a possibilidade do impasse ser resolvido em um comitê de arbitragem da Organização Mundial de Comércio (OMC)

Brasil irá à OMC contra restrições impostas pela Arábia Saudita a exportações de frango

De maneira surpreendente e sem oferecer nenhuma justificativa, a Arábia Saudita anunciou no último dia seis que decidiu suspender as compras de 11 frigoríficos brasileiros e que reduzirá de um ano para três meses o prazo de validade para a aquisição desses produtos.

No mesmo dia do anúncio, a embaixada brasileira tanto em Brasília como na Arábia Saudita tentaram contato com as autoridades daquele país, mas não obtiveram retorno.

Sempre que há um impasse semelhante a esse, o país prejudicado pode buscar um comitê de arbitragem que existe na OMC e caso as medidas adotadas sejam consideradas ilegais, terão que ser revogadas. Esse comitê pode ainda autorizar algum tipo de retaliação a quem tiver causado prejuízos a outra parte, como o aumento de tarifas de importação para determinados produtos.

No caso dos prazos de validade, a medida será debatida nos próximos 60 dias, no comitê SPS que trata de questões sanitárias e fitossanitárias. O Brasil e outros países exportadores de carnes de aves, deverão se manifestar de forma contrária.

No último dia 11, a gigante BRF, que não tem nenhuma unidade dentre as 11 impedidas de exportar para os sauditas, informou que recebeu uma notificação do Sistema de Informações Gerenciais Sanitárias (SFDA) da Organização Mundial de Comércio (OMC), comunicando sobre a alteração do prazo de validade dos frangos.

Com as medidas tomadas pelos sauditas, a também gigante JBS não poderá importar para o país, cujo mercado, é o segundo mais importante para o Brasil na exportação de carne de frango, perdendo apenas para a China.

Para os especialistas, as medidas tomadas pela Arábia Saudita visam estimular a produção local e depender cada vez menos das exportações.

Se a opinião dos especialistas estiver correta, a BRF será menos impactada, pois possui instalações no Oriente Médio, inclusive na Arábia Saudita, e vem investindo na região; no início do ano, realizou a aquisição de uma processadora local por US$ 8 milhões e pretende investir mais US$ 7 milhões para quintuplicar a produção para 18 milhões de toneladas por ano.