
No universo da avicultura ornamental e de elite, poucas raças despertam tanto fascínio quanto a Ayam Cemani. Originária da Indonésia e documentada formalmente desde 1920, esta ave é um fenômeno genético. Ela possui uma condição rara conhecida como fibromelanose, que provoca uma hiperpigmentação extrema em todo o organismo. O resultado é um animal inteiramente preto, não apenas nas penas, mas também na pele, na carne, nos órgãos internos e até nos ossos. O sangue também apresenta uma tonalidade notavelmente mais escura que o convencional.
Devido a essa característica singular, a Ayam Cemani é cercada de misticismo em sua terra natal, onde é associada à boa sorte e prosperidade. Embora supostas propriedades medicinais de seus ovos careçam de comprovação científica, a raridade e a estética transformaram a raça em um item de colecionador. No mercado especializado, exemplares de alta pureza podem atingir valores de até R$ 30.000.
Em termos de manejo, a Ayam Cemani é descrita como uma ave de temperamento calmo, embora ativa, exigindo espaço para se movimentar. O porte é médio, com o galo pesando até 2,5 kg e a fêmea, 1,5 kg. Sua aptidão, contudo, não é a produção em escala. A postura é considerada baixa, com uma média de 80 ovos por ano, podendo chegar a 150 em condições ideais. Há uma curiosa divergência nos relatos sobre a cor dos ovos: algumas fontes indicam que são pretos, enquanto outras afirmam que são de cor creme.
O investimento na raça é considerado de nicho, exigindo conhecimento técnico para a manutenção da pureza genética. Embora os valores mais altos sejam reservados para leilões e exemplares excepcionais (com preços mais comuns variando de US$ 50 a US$ 500), o mercado de ovos também reflete sua exclusividade, com unidades individuais podendo custar US$ 16 (aproximadamente R$ 75). Mais do que um hobby, a criação da Ayam Cemani representa um investimento em um dos ativos mais singulares da avicultura mundial.
Referência: Canal Rural/uol












